Sagrada Família

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FÉ: Uma Resposta do Homem a Deus


São Paulo nos alerta que é “impossível agradar a Deus sem fé” (Hb 11,6). A fé é em primeiro lugar um consentimento pessoal do homem para com Deus, que em seu grande amor nos fala não como senhor, mas como amigo.

Esta adesão é a resposta do Homem à Deus, submetendo assim, toda a sua inteligência voltada ao Pai e esta aprovação a este projeto é denominada como “obediência da fé” nas Sagradas Escrituras.

Neste caso, obedecer é aceitar e colocar em pratica a palavra escutada. Aqui podemos citar dois grandes exemplos de entrega a Deus: Abraão e a bem-aventurada Virgem Maria.

Abraão parte para uma terra desconhecida, respondendo ao chamado do Pai. Vivendo como estrangeiro na terra prometida como herança, Abraão é agraciado e sua esposa Sara mesmo na velhice concebe um filho, mostrando, assim, que para Deus nada é impossível.

O gesto mais significativo de Abraão está em sua entrega total a Deus. Pela fé, Ele foi capaz de entregar seu único filho em sacrifício. Por isso, Abraão é chamado de “Pai do povo eleito”.

Encontramos no Antigo Testamento muitos testemunhos que nos relata a fé do povo eleito, mas Deus nos preparou algo melhor, “a graça de crer em Jesus Cristo”.

A Bem-Aventurada Virgem Maria, grande e maior exemplo de assentimento ao Pai, acreditando, ela acolhe a promessa trazida pelo Arcanjo Gabriel, demonstrando assim, que para Deus, nada é impossível.

Maria é venerada pela igreja, justamente por confiar nas promessas do Pai até sua maior provação, quando seu filho Jesus, morre na cruz por nós, mostrando-nos a mais pura e perfeita fé.

Se nós cristãos cremos em Jesus, inevitavelmente acreditamos naquele que o enviou e quem nos afirma isso é o próprio Cristo: “se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai” (Jo 14,7); “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9).

Homem algum jamais conhecerá Cristo, se não for através do Espírito Santo, é ele quem nos revela Jesus como o Verbo Encarnado. “Jesus disse: você é feliz Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17) e Paulo vai nos dizer na primeira carta aos Corintos que “o que está em Deus, ninguém o conhece a não ser o Espírito de Deus” (1Cor 2,11).

Portanto, crer só é possível pela graça e intermédio do Espírito Santo. São Tomás de Aquino nos dirá que “crer é um ato da inteligência que firma a verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça”.

Uma vez dotados de inteligência e liberdade, acreditamos que “crer” é um ato autenticamente humano, pois na fé, a inteligência e a vontade humana cooperam com a graça divina.

Sendo a fé um ato voluntário, o homem deve responder a Deus, acreditando por livre vontade. Em nenhum momento Cristo nos forçou a termos fé ou a nos convertermos, ao contrario, ele deu seu próprio testemunho ao se entregar livremente na cruz.

A fé é um dom gratuito de Deus aos homens e muitas vezes posta à prova, através do sofrimento, da injustiça e de tudo aquilo que possa nos abalar; e para vencermos o bom combate devemos estar alimentados da Palavra de Deus, pois só ela nos fará crescer e perseverar até o fim.

E finalizo com as palavras de Santo Agostinho que nos diz: “eu creio para compreender e compreendo para melhor crer”.

CIC 142-165