Sagrada Família

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

SEDE MISERICORDIOSO

Lc 6, 27-38 (23ª quinta-feira do Tempo Comum)

Sede misericordioso, como também vosso Pai é misericordioso. Com essas palavras, Jesus nos revela toda a identidade de Deus.

E hoje, assim como na segunda carta aos coríntios, já não mais Paulo, mas sim o próprio Cristo, nos mostra a importância da generosidade e de termos bons exemplos em nossa vida; e não existe exemplo maior, do que o exemplo do amor de Deus.

Ele nos criou a sua imagem e semelhança e nos reconcilio em Cristo, portanto, somos fruto do querer amoroso e misericordioso de Deus Pai, e por isso somos filhos d’Ele, e conseqüentemente somos todos irmãos e irmãs, e dessa verdade ninguém pode negar.

Diante dessa natureza Cristológica de que somos filhos de Deus, precisamos compreender o verdadeiro significado do dom, da graça e da misericórdia de Deus; e quem conseguir enxergar que todos os irmãos e irmãos são bons, afirmo que este foi quem mais se aproximou da pureza do coração de Deus Pai. Pois só tendo um coração muito puro, muito misericordioso, conseguimos enxergar a bondade em qualquer criatura “Quem de vós que o seu filho lhe pede um pedaço de pão, e lhe dá uma pedra?”.

Portanto, podemos afirmar que a misericórdia, nada mais é do que o amor; e amar é respeitar, é querer o bem do outro. Não precisamos gostar da pessoa para amá-la, e só poderemos compreender isso, se realmente descobrirmos o verdadeiro significado de amar e de amizade.

Nós confundimos a palavra amizade com a palavra “amor”; elas tem significados completamente diferentes uma da outra. Amizade é um dom, uma graça que acontece espontaneamente; e a amizade nos leva a gostar e querer estar além de compartilhar nossa intimidade, nossa alegria e nossa vida com outra pessoa. Apenas tendo essa distinção em mente, podemos viver nossa missão de cristão batizado no mesmo batismo de Jesus, e assim viver o que Cristo nos pede, “amar o próximo como a nós mesmo”.

Agora compreendendo esse amor de Deus Pai, não sejamos como os pagãos, que amam apenas aqueles que os amam, ou seja, respeitam apenas os que os respeitam, apenas aqueles que participam de uma mesma ideologia. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas todo cristão pela misericórdia de Deus, é convidado a amar seu próximo, e todo filho, tem que ter o Pai como exemplo: “sede santo, como vosso Pai é santo”. E Deus, é o Pai de toda a humanidade.

Pela palavra de Deus nos dirigida hoje, vou ser ousado no que vou dizer; muitos impetulantes dizem que a coisa mais difícil é perdoar, e vou novamente ser abusado: só não perdoa quem não teme a Deus e quem não reconhece os seus próprios pecados, suas próprias fraquezas. O perdão, não é nosso irmão quem precisa; é nós mesmo quem precisamos do nosso próprio perdão, dizemos na oração do pai nosso: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

O perdão não deve ser dado apenas quando sentimos vontade; porque vimos que amor é completamente diferente de amizade, não é porque amo, porque perdôo, que tenho que ser amigo, tenho que conviver com aquela pessoa. O perdão é questão de obediência a VONTADE do Pai; perdôo porque é necessário que eu como filho de Deus misericordioso siga o exemplo de Cristo, que a todo momento nos chama a perdoar. E digo a vocês, que o verdadeiro perdão, é aquele que é dado a contragosto, por obediência ao ENVIADO do Pai.

E finalizo deixando um questionamento a cada um de nós. Será que é correto rezar a mais perfeita oração que o próprio Cristo nos ensinou, sem antes pedir a Deus o DOM do verdadeiro amor?

Não façamos de nossa conversa com Deus, algo mecânico, mas digamos a Ele aquilo que verdadeiramente somos capazes de cumprir.

Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FAMÍLIA, FORMADORA DE VALORES HUMANOS E CRISTÃOS

2 Cor 8, 1-15 (6º dia da Semana Nacional da Família de 2010)

Nesta segunda carta aos Coríntios, São Paulo nos fala sobre a importância da generosidade. E para isso, ele nos apresenta dois grandes exemplos.

E em cada um deles, Paulo nos mostra como é importância termos bons exemplos em nossa vida, para assim também, servirmos de exemplo.

Durante toda esta semana em que passamos juntos, nossos olhares se voltaram inteiramente para as famílias, lugar onde se inicia todo o projeto divino de Deus.

Nesta carta, Paulo apresenta primeiro aos Coríntios o exemplo da cidade de Macedônia, que mesmo em meio a tanta miséria, tantas aflições, não deixam de ser generosos com os irmãos também necessitados. O segundo e maior exemplo de todos, Paulo apresenta Jesus que mesmo sendo Rico, se fez pobre por cada um nós, para que nós pudéssemos ser ricos em bondade e misericórdia.

Sabemos que somos a imagem e semelhança de Deus, mas qual é o exemplo que damos, para que essa “imagem e semelhança” se torne eficaz em nossa vida e sobretudo na vida de nossa família. Nesses últimos anos os pais já não ensinam nem o essencial a seus filhos, as refeições já não são feitas ao redor da mesa com a família unida, as orações com todo a família então, praticamente se acabaram, cada um reza isolado em seu quarto, cada um come em um horário ou em um cômodo, perdendo assim, aquele momento gostoso da união familiar; os pais já não se preocupam em serem exemplos de verdadeiros cristão e cristãs aos seus filhos.

Sou catequista desde os 16 anos, e é triste ver que hoje algumas crianças e jovens mal saberem quem é Jesus. E até mesmo pessoas de igreja já não educam seus filhos de acordo com os preceitos de Deus, como eu posso querer então um mundo melhor, se um dos principais remédios para o mundo, que é a oração familiar, praticamente não existe mais. Como posso querer um mundo melhor, se não sou capaz de servir como exemplo nem mesmo para as pessoas mais próximas a mim.

Precisamos urgentemente voltar nossos olhares para a oração em nossos lares, no meio de nossa família, para que o Espírito Santo possa agir em cada pessoa de nossa casa, e assim construirmos uma comunidade mais Santa, mais generosa. O grande desafio do Cristão hoje é tornar isso realidade já que nem mesmo as orações mais comuns, sabemos rezar; A Ave Maria por exemplo, que é uma saudação tão entusiasmada, nós a transformamos em uma oração triste, sem vida, sem alma.

No inicio desta oração nós saudamos Maria porque Ela é a mãe de nosso Salvador, então temos que ter o mesmo entusiasmo que o arcanjo Gabriel teve ao saudá-la; e a segunda parte da oração nós pedimos a Ela que rogue por nós junto ao seu Filho. Será que nós temos a consciência do que estamos falando, ou esta oração simplesmente virou uma rotina em nossa vida? Será que estou sendo exemplo para aqueles que me observam, sobretudo um verdadeiro cristão dentro de minha própria família?

Será que assim como Maria, nós temos a coragem de verdadeiramente se entregar a Deus, “Eis aqui a serva do senhor”.

Paulo diz que o povo de Macedônia, primeiramente se entregou a Deus, para depois se doar ao irmão e contribuir com aquilo que tinha. E quando nos entregamos a Deus, o amor ao próximo se torna algo natural.

E é através do exemplo dentro de nossa família, que a generosidade se torna involuntária em cada um dos que estão ao nosso redor.

Sabemos que somos exemplo para muitos, porém, não podemos nos martirizar por muitas vezes não conseguirmos transmitir ao próximo esse projeto de bondade de Deus, pois temos o apto de achar que tudo de ruim que acontece em nossa família é por nosso culpa.

Tivemos grandes testemunhos esta semana, e tenho certeza que esses pais se culpavam a todo momento, e comparando esse momento com a natureza, podemos dizer naquele período eles viviam o verdadeiro inverno de suas vidas, onde tudo seca, tudo perde a vida. Mas ao mesmo tempo, por terem se entregado inteiramente a Deus, podemos afirmar que eles também viviam o inicio da primavera, cheios de esperança e confiando na chegada do verão. Assim como a natureza não consegue pular nenhuma das estações, nós também não conseguimos pular nenhuma etapa de nossa vida.

E independente do momento em que estamos vivendo, o importante é continuarmos a querer ser sempre a fiel imagem e semelhança de Deus. E esperar que a semente plantada através de exemplo que damos, dêem logo seus frutos.

E que possamos assim como Jesus, clamar a Deus para que perdoe aqueles que ainda não entenderam esse projeto de vida, e que Ele também nos perdoe por muitas vezes não reconhecermos o perfeito e maravilhoso gesto de se doar. Pois normalmente nos doamos para aquelas pessoas que mais amamos, esquecendo assim do outro que também necessita de ajuda.

Gostaria de finalizar essa maravilhosa semana nacional da família, recordando as esperançosas palavras de Jesus ao ladrão arrependido: “Ainda hoje estará comigo no paraíso”.

Que essas palavras de Jesus ressoe a cada dia em nossos ouvidos e em nosso coração, como palavras de esperança e misericórdia, e que possamos a todo momento nos transformar em verdadeiros cristão e cristãs, para que quando chegar nossa páscoa Jesus possa olhar para cada um de nós e dizer “Ainda hoje...”.

Que busquemos ser sempre exemplo para nossos irmãos, assim como Jesus é exemplo para cada um nós.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Palestrante: Hilton José Araujo

terça-feira, 31 de agosto de 2010

CONFIRMAÇÃO: 1ª Parte

Antes de iniciarmos nossa conversa a confirmação, precisamos saber que, quando “O” crisma, no verbo masculino, estamos falando sobre o óleo consagrado pelo Bispo na quinta-feira santa. Quando falamos sobre crisma no verbo feminino, estamos falando sobre a confirmação.

Muitos pensam que a confirmação seja um simples “assumir conscientemente o batismo”.

Todo sacramento é um sinal que recorda um acontecimento de Cristo-Salvador, e a confirmação é o sacramento que torna visível o DOM do Espírito. Neste sacramento, o Espírito Santos é comunicado ao fiel, como DOM DIVINO para nosso crescimento espiritual.

Portanto, o confirmado deve ser alguém que amadureceu espiritualmente, é aquele que deixa o Espírito agir em sua vida.

Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e pousando sobre ele. (Mt 3, 16)

Jesus afirma que Deus Pai nos enviará em seu nome o Espírito Santo, e assim, teremos o discernimento e nos recordaremos de tudo o que ele nos ensinou e disse. (Jo 14, 26)

Portanto, podemos dizer que o Espírito Santo é um presente que o Pai nos da à pedido de Jesus. “Eu pedirei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (Jo 14, 16)

É melhor para vós que eu parta, pois, se eu não for, o Consolador não virá a vós. Quando eu for, eu o enviarei a vós. (Jo 16, 7)
Depois da ascensão do Senhor, o Espírito desceu sobre os apóstolos reunidos em Jerusalém (Pentecostes) (At 2, 1-11), e assim então eles assumiram a missão (Lc 4, 18-19) de Cristo.

Os Apóstolos partiram em missão e com o gesto de colocar as mãos sobre a cabeça de alguém, comunicavam-lhes o Espírito Santo. (At 8, 15-17)

[...] Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso. Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes: “quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?” Eles responderam: “nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo.” Paulo perguntou: “que batismo vocês receberam?” Eles responderam: “o batismo de João.” Então Paulo explicou: “João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus.” Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles [...] (At 19, 1-6)

A confirmação é o sacramento da maturidade espiritual do homem e da mulher. Por isso, é preciso que ele esteja consciente daquilo que vai receber e disposto a se comprometer.

Todo sacramento traz sempre conseqüências e obrigações comunitárias, aquele que recebe o Espírito Santo como DOM, também assume o compromisso de fazer a vontade de Deus até as últimas conseqüências, assim como Cristo.

Os pais tem por dever iniciá-los no caminho de Deus, com o seu exemplo de vida e maturidade espiritual. Deve ser em nossos lares o primeiro catecismo de nossa vida, pois lá é o primeiro lugar que o Espírito quer se manifestar.

Sendo assim o confirmando uma pessoa madura na fé, o padrinho/madrinha não tem uma obrigação tão forte como os padrinhos/madrinhas do batismo. Neste caso, o padrinho/madrinha exerce o papel de testemunha religiosa, em outras palavras, é aquele que apresenta o candidato à comunidade, garantindo que o confirmando é capaz de assumir a vida no Espírito Santo, e viver para Deus.

Simão viu que o Espírito que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos. Então ofereceu dinheiro a Pedro e João, dizendo: “dêem para mim também esse poder, a fim de que recebe o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos.” Mas Pedro respondeu: “pereça você junto com o seu dinheiro, pois você pensou que podia comprar com dinheiro aquilo que é Dom de Deus. De nenhum modo você pode participar dessa realidade espiritual, porque a sua consciência não é correta diante de Deus. Arrependa-se dessa maldade e suplique que o Senhor perdoe essa má intenção que você teve, pois vejo que você está envolvido pela injustiça [...]” (At 8, 18-24)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.43-49.

domingo, 15 de agosto de 2010

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Assim como confundem culto de veneração com culto de adoração, muitos ainda não compreendem a assunção de Nossa Senhora, e a confundem com a ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Assunção significa que Nossa Senhora foi “levada” aos céus, já a ascensão quer dizer que subiu com “seu” próprio poder, ou seja, diferentemente de Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria Santíssima foi levada aos céus, e não subiu com seu próprio poder.

Segundo a tradição católica, oral e escrita, Maria morreu por volta dos seus 72 anos. Na ocasião de Pentecostes, Maria tinha aproximadamente 47 anos e ainda viveu por mais 25 anos na terra, para educar, formar e proteger a nova igreja de Cristo, da mesma forma que outrora educou, protegeu e dirigiu a infância do filho de Deus.

Segundo a narração de São Dionísio Aeropagita, discípulo de São Paulo, os apóstolos e discípulos assistiram a “dormição”, ou seja, a morte suave de Nossa Senhora.

Diversos Santos Padres relatam que os apóstolos foram milagrosamente dirigidos a Jerusalém na noite anterior a morte de Maria Santíssima, com exceção de São Tomé; este por sua vez, chegou três dias após a morte de Nossa Senhora.

Os fiéis de Jerusalém, ao saberem da morte de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram prestar-lhe suas últimas homenagens. Ainda segundo a tradição (relatos), muitos milagres aconteceram ao redor do sagrado corpo de Maria.

Com a chegada de São Tomé, três dias após a morte de Nossa Senhora, este quis ver o corpo; ao retirarem a pedra de seu túmulo, o corpo de Maria já não mais se encontrava naquele lugar.

Dotados do Espírito Santos, os Apóstolos em decorrência a circunstância da morte celestial da Mãe de Deus, de sua santidade, dignidade, da sua união com o Redentor (Jesus), não precisavam ver à ressurreição de Nossa Senhora para crer neste fato, que era a dedução mais lógica. “Tomé, creste porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto” (Jo 20, 29).

Toda esta autêntica tradição sobre o mistério da Assunção de Nossa Senhora, foram encontradas nos escritos de Santos Padres e doutores da Igreja, dos primeiros séculos do Cristianismo; e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451. Não crer naquilo que os primeiros cristão relataram, é o mesmo que duvidar da Palavra de Deus.

São Tomé precisou ver, tocar e sentir as chagas de Jesus, e ele nos deixou esse grande exemplo “felizes aqueles que crêem sem ter visto”, e novamente é através de São Tomé, que podemos crer na assunção de Maria ao céu.

Qual filho, podendo, não preservaria sua mãe da dor, da tristeza e da morte? Cristo se fez homem (humano) através do corpo de sua Mãe, ou seja, a carne de Jesus era a carne de sua Mãe, o sangue de Jesus era o sangue de sua Mãe; negar isso é o mesmo que negar CRISTO-HOMEM e dizer que Cristo é apenas Divino. Não! Cristo é homem e divino ao mesmo tempo, não podemos dizer que Cristo é apenas divino, e nem tão pouco dizer que Ele é apenas Homem.

Como então Ele permitiria que sua carne, presente na carne de sua Santíssima Mãe, fosse corrompida pelos vermes e tragada pela terra? Como Ele permitiria que seu Tabernáculo (tenda, cabana, barraca, morada) sofresse a podridão do túmulo e se reduzisse ao pó? Isso seria romper com o quarto mandamento da lei de Deus “Honrar Pai e Mãe”; seria ir contra o amor filiar mais perfeito que a terra já conheceu. Seria negar a dignidade de Filho de Deus feito Homem, deixar no túmulo Aquela de quem recebera seu Corpo Sagrado, e Jesus preservando o corpo de Maria Santíssima, preservava a sua própria carne.

Na anunciação (Lc 1, 28-49) do Arcanjo Gabriel, podemos ver toda essa Santidade de Maria.

A palavra AVE é uma aclamação entusiasmada que antigamente era reservada apenas para a realeza, “ave César, ave rei dos Judeus”..., se Maria não é uma pessoa especial, porque então um mensageiro de DEUS iria saudar uma pobre menina como se fosse membro de uma realeza? Quantas mulheres já receberam tão entusiasmada saudação de um mensageiro de Deus?

CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONTIGO; A palavra CHEIA DE GRAÇA, no grego significa: “foi desde sempre”, “é ainda agora”, e “continua sendo”, ou seja, o arcanjo Gabriel afirma que Maria foi desde sempre, é agora, e sempre será cheia de Deus. Por isso devemos a tratar de modo especial.

E Maria diz ao anjo: MINHA ALMA ENGRANDECE AO SENHOR, com isso, ela afirma que seu papel (sua alma, sua vida) é tornar ainda maior, fazer brilhar o nome de seu Filho.

João em Apocalipse 12, 1 diz: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu, ‘Uma mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas’.”

O que a lua faz por nós, a não ser refletir a luz do próprio sol? Será coincidência com o que Maria diz ao arcanjo Gabriel: “Minha alma engrandece ao Senhor”. E quem a não ser Maria poderia ser tão digna de usar uma coroa? Que outra mulher no mundo recebeu uma saudação de realeza (AVE), por um mensageiro de Deus?

Maria afirma ao mensageiro de Deus, que ela se entrega completamente a Deus: “EIS AQUI A SERVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA”. Quem é capaz de se entregar assim, de tal modo ao Senhor?

Nossa Senhora, ao visitar sua prima Isabel diz: POR ISSO, DESDE AGORA, ME PROCLAMARÃO BEM-AVENTURADA TODAS AS GERAÇÕES; Maria diz que a partir daquele momento todas as gerações, ontem, hoje e sempre à chamarão de Bem-Aventurada.

Observemos que Ela não sugere que a chamemos assim, mas afirma que à chamaremos de tal modo.

Se Maria, a escolhida de Deus se auto-proclama Bem-Aventurada em TODAS as gerações, quem somos nós para dizer o contrario? Se pecamos por isso, tenhamos a certeza que Deus nos perdoará em nosso julgamento final, pois estamos agindo de acordo com o que acreditamos fielmente ser a Sua Palavra viva no meio de nós.

Se realmente cremos que a Sagrada Escritura é a Palavra viva de Deus em nosso meio, não deixemos que a SUA palavra, outrora proclamada pelo seu fiel mensageiro Gabriel, seja diminuída pelo conflito do ego religioso.

Se realmente é verdade que acredito nas Sagradas Escrituras, então tenho por obrigação compreender o importante papel de Nossa Senhora na história da salvação; pois é através das sagradas escrituras que vimos que Jesus sempre honrou sua Santíssima Mãe, “em seguida, desceu [Jesus] com eles [Maria e José] a Nazaré, e lhes era submisso [obediente]” (Lc 2, 51).

E esse “submisso” vem se confirmar nas bodas de Canaã (Jo 2, 3-5), quando Maria intercede pelos noivos dizendo que o vinho acabou e Jesus diz a Ela que sua hora ainda não chegou, mas Maria conhecendo a obediência daquele que Ela mesmo criou, pede aos que ali estavam fazer tudo de acordo com o que ele falar.

Como diz padre Zezinho, se Jesus nos escuta, mesmo nós sendo tão fracos e pecadores, imagina se Ele não escutaria Aquela que o criou com tanto carinho e amor, Aquela que desde sempre acreditou e Nele confiou.

SANTA MARIA ROGAI POR NÓS!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

BATISMO: 5ª Parte_Pais e Padrinhos

Deus chama à vida através do amor concreto entre marido e mulher. Através da criança, a criação é refeita. Com esse gesto, Deus está recriando o mundo, servindo-se dos pais.

[...] E Deus viu que era bom. [...] à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: “sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra. Dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra”. (Gn 1, 25-28)

Aos pais, portanto, em primeiro lugar, é confiada a continuação do projeto de bondade divina. Deles, dos padrinhos e da comunidade-Igreja vai depender o crescimento físico, intelectual e espiritual do novo ser.

Os padrinhos devem ser pessoas de boa índole, que vivam anunciando a bondade de Deus, que dêem testemunhos verdadeiros, sobretudo na família e na comunidade-Igreja, dizendo não ao pecado e professando publicamente sua fé. Portanto, devemos tomar muito cuidado na escolha dos padrinhos.

Os padrinhos devem ser pessoas capazes de ajudar os pais na formação cristã do batizando, que sejam pessoas maduras na fé, que estejam habilitados a guiar o novo ser na coerência de filhos de Deus.

Ninguém pode receber qualquer outro sacramento sem antes ser batizado. Todo sacramento parte de Deus, pois a iniciativa de amor vem dele. E o homem responde, aceitando e assumindo tudo o que o sacramento significa e pede.

Não podemos imaginar que o batismo é o fim do caminho, pois na verdade ele é o início de uma missão: SER PROFETA.

Somos profetas quando ANUNCIAMOS o amor de Deus que está presente em nós e na Igreja; quando DENUNCIAMOS todo tipo de injustiça que desrespeita à dignidade do homem; e quando CELEBRAMOS um novo modo de entender Deus e de olhar as pessoas.

Aquele que recebeu o batismo deve tornar-se, ele também, sacramento de Deus, onde quer que esteja.

João Batista dizia: “Eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desamarrar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. (Lc 3, 16)

No batismo, o Espírito é mais importante do que todo o resto: água, óleo, vela acesa, veste branca etc. Nós somos batizados com o mesmo batismo de Jesus, e recebemos, portanto, o mesmo Espírito.

[...] O que será que esse menino vai ser? (Lc 1, 66). Teríamos hoje, mais cristãos conscientes se os pais e padrinhos se esforçassem em dar-lhes uma educação cristã. Aqueles que não educam na fé seus filhos ou afilhados estão dizendo não a Deus e à vida divina.

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.31-42.

terça-feira, 20 de julho de 2010

BATISMO: 4ª Parte_Óleo e Veste Branca

No antigo testamento, o óleo era usado para louvar a Deus, derramando-o sobre as ofertas a Ele apresentadas.

Quando alguém fizer uma oblação a Javé, sua oferta será de flor de farinha; sobre ela derramará azeite (óleo) e colocará incenso. (Lv 2, 1)

Também era usado nas recepções e nos banquetes, misturando-os com perfumes e assim ungindo o corpo.

Javé falou a Moisés [...] Com esses ingredientes, faça o óleo para a unção sagrada, um perfume aromático, segundo a receita de perfumista. E ele servirá para a unção sagrada. Unja com esse óleo a tenda da reunião e a arca da aliança, a mesa com seus utensílios, o candelabro com seus acessórios, o altar do incenso [...]. Consagre essas coisas e elas ficarão santíssimas: quem as tocar ficará santificado. [...] Fale aos filhos de Israel: ‘Isso será para vocês e para suas gerações um óleo para a unção sagrada’. (Ex 30, 22-31) [Ler também: Nm 18, 8-19].

Certo fariseu convidou Jesus para uma refeição em casa (Lc 7, 36-50) [...]. Você não derramou óleo na minha cabeça; ela porém, ungiu meus pés com perfume. (Lc 7, 46).

O óleo sempre era oferecido primeiramente a Deus, em sinal de gratidão pelos favores recebidos do céu.

Quando alguém em Israel era escolhido para ser rei, sacerdote, ou profeta, recebia a unção, isto é, derramava-se óleo em sua cabeça como sinal de escolha.

Então Samuel pegou a vasilha de óleo, e o derramou sobre a cabeça de Saul. Depois o beijou e disse: “Javé ungiu você para ser chefe sobre Israel, o povo dele. Você governará o povo e o libertará dos inimigos vizinhos. Eis o sinal de que Javé ungiu você como chefe da herança dele. (1Sm 10, 1)

O óleo é símbolo de força, resistência e missão.

Força e Resistência: Os antigos, sobretudo os que viviam em regiões muito quentes e nos desertos, precisavam ungir o corpo para não ficar com a pele ressecada. Lembremos também dos antigos jogadores de luta corporal, que passavam óleo no corpo para escapar dos golpes de seus adversários.

Portanto, o cristão deve ser assim, alguém que treinou o corpo para a luta da vida; alguém que se reveste de força e não se deixa abater pelas fraquezas, por isso, o óleo é na vida do cristão, sinal de resistência ao pecado.

Porém, temos que ter em mente que o óleo não é magia que “fecha o corpo” contra o mal. O óleo é um símbolo que quer nos transmitir a força divina (o amor de Deus). Sem esforço, ninguém por mais ungido que tenha sido, consegue vencer o mal e o pecado.

Missão: O óleo é um sinal do compromisso que fazemos com Deus, para tornar o mundo melhor.

A bíblia nos mostra que as pessoas ungidas, tinham a finalidade de governar o povo (reis), oferecer sacrifícios (sacerdotes) e falar em nome de Deus (profetas). Portanto, a unção do batismo (Lc 4, 18-19), nos convida a participar da mesma missão de Jesus, que é ser rei, sacerdote e profeta.

Através do batismo vencemos o mal, o pecado e a morte, ou seja, ressuscitamos com Cristo para uma vida nova, renascemos para viver a paz e a fraternidade. Por isso, que o batizando recebe uma veste branca, sinal da vitória sobre o pecado, é assumir o compromisso de promover a paz.

[...] Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande para você a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vocês. (Mt 5, 9-12)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.29-31

quinta-feira, 8 de julho de 2010

BATISMO: 3ª Parte_Vela

A biblia nos diz que, antes da criação do mundo, tudo era uma grande confusão. Deus porém, manda que se faça a Luz.

No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo [...] Deus Disse: “Que exista a luz!” E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. (Gn 1, 1-3)

E somente após criar a luz, Deus criou todas as outras coisas. Assim, podemos afirmar que, quando nossa vida se torna uma bagunça, é SINAL de que está faltando a luz de Deus.

Quando Deus aparece à Moises pela primeira vez, ele aparece em uma chama de fogo (Ex 3, 2).

Podemos ver também que, quando Moisés desceu do monte Sinai, onde estivera junto de Deus, a fim de receber os mandamentos, seu rosto brilha.

Quando Moises desceu da montanha do Sinai, [onde ficara durante quarenta dias e quarenta noites (Ex 34, 28)] levou nas mãos as duas tabuas da aliança. Ele não sabia que o seu rosto estava resplandecente, por ter falado com Javé. Aarão e todos os filhos de Israel viram que Moisés estava com o rosto resplandecente, e ficaram com medo de se aproximar dele. Moisés, porém, os chamou. Aarão e os chefes da comunidade se aproximaram, e Moisés falou com eles. Depois, todos os filhos de Israel se aproximaram, e Moisés comunicou a eles tudo o que Javé lhe havia dito no alto da montanha do Sinai. (Ex 34, 29-32)

Na bíblia, existem várias passagens que diz: “O Senhor é minha luz”. Mas essa afirmação se torna plena com a vinda de Jesus.

João Batista pregava que “a luz verdade, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo”.

E o próprio Jesus se declara ser a luz do mundo.

Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida. (Jo 8, 12)

Por isso, na celebração do batismo, acendemos uma vela no Cirilo pascal.

O círio pascal é uma vela grande que se acende no sábado santo. Esta vela representa Jesus ressuscitado, que vence a morte, a escuridão do sepulcro e as trevas do pecado.

O gesto de acender a vela no círio pascal simboliza a união do batizado com Cristo, aceitando assim, Cristo como a única luz para sua vida.

Assim como a vela recebe vida ao ser acessa em outra, nós também recebemos uma nova vida no momento de nosso batismo, e com essa nova vida, todo cristão deve viver segundo os preceitos de Deus, pois do “pó viemos e para o pó voltaremos (Gn 3, 19)”.

Portanto, a vela do batismo quer ser aquela luz especial, a luz que ilumina quando tudo parece escuro em nossa vida; quando não sabemos que rumo tomar.

Se somos através do batismo uma única luz com Cristo, devemos então ser igualmente luz para o mundo.

Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também: Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem [em nome de Deus], e louvem o Pai de vocês que está no céu. (Mt 5, 14-16)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.24-28.

terça-feira, 29 de junho de 2010

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Mt 8, 23-27 (13ª Terça-feira do Tempo Comum)

PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Hoje na festa a São Pedro e São Paulo, Jesus vem nos convidar a entrar em sua barca. Não é Jesus quem deve entra em nossa barca, mas nós é quem devemos embarcar com Ele.

Quando os discípulos estão junto a Jesus em sua embarcação, eis que uma grande tempestade toma conta daquele lugar, de modo que as ondas cobrissem a barca. Jesus, porém, confiando naquele que o enviou não se desespera. Enquanto aqueles que o seguiam mostram toda a sua fraqueza humana e rogam pelo senhor.

Podemos afirmar hoje que esta barca é a Santa Mãe Igreja, lugar de paz e tribulação. E todas as tribulações, todas as perseguições que sofre desde a sua existência, podemos afirmar que é essa mesma tempestade que assombraram os Santos Apóstolos.

E hoje diante de tantas perseguições que a Santa Igreja de Deus sofre, Jesus pergunta a cada um de nós: “porque tanto medo gente de pouca fé?”

É esta tempestade que nos mostra que estamos no caminho de Cristo, é ela que nos mostra a autenticidade da Fé dos discípulos de Deus. A Igreja desde o princípio sofreu e irá continuar sofrendo essa perseguição; até que Jesus se levante de seu glorioso trono, manda que os ventos e o mar se acalmem e que toda a treva se afaste. E só assim então, poderemos ver a Luz resplandecente de Cristo Jesus.

Mas se nós NÃO estivermos seguros nesse “entrar” na barca de Jesus, significa que estaremos esperando que Cristo É que entre em nossa barca, e é por esse esperar que Cristo entre em nossa barca que vemos o que está acontecendo nos dias de hoje, tantas religiões, tantas crenças e muitos de nós ainda temos a coragem de pensar, que se a tempestade da Igreja Católica não passa, se eu não recebo a graça que quero porque a igreja católica está em meio a essa tempestade, então vou para aquela outra igreja, pois aquela sim é graça de Deus, lá o mar já se acalmou. Mas nós nos esquecemos que Cristo diz: “Eu vim para os doentes”.

Tomemos hoje como exemplo São Pedro, que foi alicerçado por Jesus. Até a vinda do Espírito Santo, Pedro um homem medroso, de pouca fé, que negara Jesus por três vezes, se torna o grande Pilar da Igreja. E é esse exemplo de vida que nos levará até Jesus, pois aquele homem medroso já não existe mais, porque confiou na graça do Senhor.

É por isso que fazemos memória com todo o nosso coração com todo o nosso amor e com toda a nossa alma desses nossos queridos Pais, que suportaram tanta dor, tanto sofrimento, para que pudéssemos ouvir aquilo que Jesus anunciou e viveu. Todos os dias de nossa vida e hoje de forma muito especial, devemos estar em total comunhão com o Santo Padre o Papa, que sofre dor tão igual a de Pedro e Paulo. Que essas ondas que cobrem nossa querida mãe Igreja, nos tornem cada vez mais perseverantes, e que sejamos a verdadeira imagem de Maria Santíssima ao pé cruz.

Que tenhamos a mesma força, coragem e Fé de Pedro que foi martirizado na cruz e também de Paulo, decapitado por atingir o amor extremo a Jesus. Ambos anunciando até o fim a Boa Nova do Senhor.

Por isso, jamais deixemos de clamar: São Pedro e São Paulo. Roguem por Nós!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BATISMO: 2ª Parte_Água

Para os antigos, a água era o princípio de todas as coisas.

Desde o princípio da criação do mundo, a bíblia nos fala da água. Nos diz que o Espírito de Deus pairava sobre as águas.

Por isso, dizemos que a água e a chuva são sinais de que Deus abençoa seu povo. Pois o Espírito do senhor pairava sobre as águas para que elas fossem capazes de gerar a vida.

Ela também é sinal de purificação, como podemos ver na narrativa do dilúvio (Gn 6, 9-22; 7, 1-24). Com as águas do dilúvio, Deus acabou com os vícios da humanidade pecadora, fazendo-as renascer para uma nova vida.

Também podemos ver a forte presença da água, quando Moisés é salvo nas águas do rio Nilo (Ex 2, 10); Quando Moisés transforma a água em sangue (Ex 7, 20); Quando o povo hebreu é libertado da escravidão do Egito, e atravessam o mar vermelho a pé enxuto (Ex 14, 21-22); Podemos também lembrar a provação no deserto, quando o povo de Israel começa a reclamar contra Moisés, pela falta de água.

[...] “Você baterá na rocha, e dela sairá água para o povo beber”. Moisés assim fez na presença dos anciões de Israel. (Ex 17, 6)

No novo testamento, a água continua com um grande valor. Na conversa com Nicodemos, Jesus diz:

Em verdade, em verdade te digo: quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne; o que nasce do Espírito é Espírito. (Jo 3, 5-6)

Jesus ainda afirma: se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em mim, beba. É como diz a escritura: “Do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).

Jesus diz ainda que dar um copo de água a quem tem sede é um ato de caridade (Mc 9, 40). Na conversa que Jesus tem com a Samaritana, ele diz: “Aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. (Jo 4, 14)

Quem não se lembra que quando Jesus morreu, um soldado abriu-lhe o lado com uma lança. E imediatamente saíram sangue e água (Jo 19, 31-34).

Podemos então perceber o valor e o significado da água na Bíblia Sagrada. A igreja desde os primeiros cristão purificavam as pessoas de seus pecados, derramando água sobre elas, assim como fizera João Batista em Jesus.

Vimos então que não é por acaso que se batiza com a água. Podemos ver que a água simboliza vida, purificação. Portanto através do batismo renascemos para uma nova vida em Cristo.

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.21-24.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

PODER DA INTERCESSÃO

Números 21, 4-9 (MOISÉS FAZ UMA SERPENTE DE BRONZE PARA CURAR O POVO)


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Naquele tempo, mesmo quando Deus já havia provado tantas coisas ao seu povo, mesmo libertando-os da escravidão do Egito, eles caem nas armadilhas do inimigo.

O povo que outrora havia sido liberto da escravidão, agora dúvida da presença de Deus no meio deles. Mas, Deus em seu infinito amor, novamente mostra a sua presença amorosa no meio da humanidade.

Quantas e quantas vezes nós fazemos parte desse povo que caminha no deserto do Egito, querendo a toda hora que Deus nos mostre sua presença em nosso meio através de sinais. Quantas e quantas vezes nós caímos em tentação e queremos que Deus resolva nosso problema ali, na hora? Quantos não chantageiam Deus dizendo “faça isso que faço aquilo”, será que isso não nos faz semelhantes aquele povo?

Os Hebreus começam a desacreditar e a reclamar de Deus e de Moisés, pois o caminho no deserto estava pesado, espinhoso e montanhoso, e eles começam a sofrer as tentações que tanto sofremos hoje em nossa vida. Nós não somos diferentes daquele povo, quantas vezes nos deixamos ser levados pela ganância (posse), pelo poder, pelo prazer (as três tentações que Jesus sofreu no deserto).

Estamos a todo momento sofrendo essas tentações em nossa vida. Basta lembrarmos o PODER que exercemos diante dos mais fracos em nosso serviço, em nossa casa, em nossa comunidade; basta lembrarmos da GANÂNCIA que temos em ter um ótimo carro, uma ótima casa, um ótimo salário, uma ótima posição na igreja em que participo; ou até mesmo a ganância em satisfazer os PRAZERES do meu corpo e da minha mente.

Então, Deus envia contra aquele povo serpentes. Ao se lembrarem de todas as maravilhas que outrora Deus realizara, vão até Moisés e admitem seus pecados, suas fraquezas, e então suplicam a Moisés que intercedam por eles junto ao Pai.

E Moisés, atendendo as súplicas de seu povo, é a pessoa que mais se aproxima de como é o amor de Deus por nós e suplica a Deus Javé por aqueles que tanto ama.

Deus em seu infinito amor e sabendo das fraquezas do homem, manda que Moisés faça uma Serpente de bronze e a coloque em um lugar de destaque (lugar alto), e novamente faz uma aliança com seu povo. “Todo aquele que for mordido, olhando para ela, será salvo”.

Ora, a serpente de bronze não foi feita para ser adorada, mas sim para que todos se lembrassem das maravilhas que Deus fizera a eles. Não era a imagem que os curavam, mas sim, a fé que as fortificavam ao olharem e lembrarem que a UM só Deus, que por sinal nos ama mais que tudo.

Portanto, todas as nossas imagens (de Santas e Santos de Deus) tem essa mesma finalidade, de lembrarmos que existe um Deus que nos AMA mais que tudo nessa vida. E ao olharmos aquela imagem, devemos sempre nos lembrar que aquele santo ou santa foi fiel e acreditou nesse AMOR DE DEUS, com isso, essas lembranças devem nos servir como exemplo de vida.

Diante de tudo isso, devemos sempre suplicar a misericórdia de Nosso Senhor. E percebermos como somos fracos, covardes diante das dificuldades, diante das “tentações do deserto”.

Desde Adão até os dias de hoje, continuamos caindo nas mesmas tentações (posse, poder e prazer) e mesmo após tantos séculos, Deus continua nos amando e nos dando tantos sinais, a fim de que todos sejam salvos.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

terça-feira, 1 de junho de 2010

BATISMO: 1ª Parte

O Batismo é o primeiro dos sacramentos. Junto com a Confirmação e a Eucaristia, formam os chamados SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ.

O Batismo abre o grande diálogo amoroso de Deus com os Homens. Aquele que é batizado responde sim a Deus, comprometendo-se com o bem, a verdade e a justiça.
É através do batismo que nos tornamos FILHOS DE DEUS, porque nele morremos para o pecado, a fim de vivermos a vida nova trazida por Cristo.

[...] Uma vez que já morremos para o pecado, como poderíamos ainda viver no pecado? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? [...] Assim também vocês considerem-se mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo. (Rm 6, 1-11)

Portanto, o batismo é o sacramento que apaga em nós o pecado original e suas conseqüências.

Jesus, ao ser batizado por João Batista no rio Jordão, institui o batismo para todos os que desejam ser cristão.

Por isso, todo homem que deseja se salvar, deve crer e ser batizado (Mc 16,16), pois antes de subir ao céu, Jesus deu aos apóstolos a ordem de batizar.

Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santos, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. (Mt 28, 19-20)

Todo aquele que é batizado tem a obrigação de ser fiel ao compromisso de amor entre ele e o Criador. Deve viver como filho de Deus e irmão dos homens.

Ao sermos batizados, recebemos o mesmo Espírito que pousou sobre Jesus no rio Jordão.

Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz, dizendo: “Esse é o meu filho amado (Jo 4, 34), que muito me agrada”. (Mt 3, 16-17)

Após ser batizado, Jesus é levado ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo (Mt 4,1-11).

[...] Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e depois sentiu fome. Então o tentador se aproximou e disse a Jesus [...]

Quando Deus criou o homem, colocou-o num jardim, lugar de paz e de intimidade com Deus (Gn 2, 8-18). Mas o homem, com o pecado (Gn 3, 6-24), se afastou de Deus e foi expulsou do Paraíso, passando a viver dificuldades, e assim, a terra se tornou um verdadeiro deserto.

A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas (são espécies silvestres e animais que não servem como alimento.), e você comerá a erva do campo. Você comerá seu pão com o suor do seu rosto, até que volta para a terra, pois dela foi tirado. Você é pó e ao pó voltará. (Gn 3, 18-19)

O homem desde quando vivia no paraíso foi fraco/covarde (Gn 3, 6-7), porém, Jesus vai para o deserto, a fim de mostrar ao homem como deve fazer para ser vitorioso. Cristo sofre três tipos de tentação: posse, prazer e poder, que resumem todos os tipos de tentações.

Através de Jesus o deserto se tornou um lugar de purificação, de oração e de encontro com Deus. Mas também um lugar de provações, de dificuldades, pois foi no deserto que o povo de Israel duvidou da presença de Deus no meio deles.

Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e contra Moisés: “Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento.” Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos. O povo veio a Moisés e disse-lhe: “Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes.” Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: “Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.” Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida. (Nm 21, 5-9)

Portanto, todos nós depois do batismo, somos conduzidos ao deserto da vida, basta que olhemos ao nosso redor.

Mas todo aquele que recebeu o batismo, deve assim como Jesus, vencer todas as tentações que aparecerem em sua vida, pois se participamos do mesmo batismo de Jesus, também somos os filhos queridos de Deus.

Então, viver o batismo é vencer (Dn 13, 1-9.15-17.19-30.33-62) todas as tentações, é transformar o deserto de nossa vida, num paraíso.

Por isso, quando as tentações do deserto forem fortes em nossa vida, não devemos ter medo de clamar como o cego de Jericó (Mc 10, 46-52) “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”.


BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.11-21.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

SACRAMENTO

A palavra SACRAMENTO significa SINAL, portanto, podemos afirmar que os sacramentos são os sinais do amor de Deus pela humanidade.

São sete os sacramentos: Batismo; Confirmação; Reconciliação; Eucaristia; Unção dos Enfermos; Ordem; e Matrimônio.

Quando amamos alguém, queremos sempre demonstrar esse amor. Uma de nossas demonstrações mais comuns, são os presentes; mas esse presente em si não é o amor que você sente por essa pessoa, é apenas um SINAL para mostrar que essa pessoa é especial.

Apenas por nos criar a sua imagem e semelhança, já sabemos que somos especiais para Deus, portanto, podemos dizer que Deus verdadeiramente nos ama.

Quando Deus criou o Homem e a Mulher, os colocou no melhor lugar possível, o PARAISO, e deu-lhes algumas orientações.

A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que Javé Deus havia feito. Ela disse para a mulher: “É verdade que Deus disse que vocês não devem comer de nenhuma árvore do jardim?” A mulher respondeu para a serpente: “Nós podemos comer dos frutos das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vocês não comerão dele, nem o tocarão, do contrário vocês vão morrer’”. (Gn 3, 1-3)

Por ter nos dado desde o princípio o livre arbítrio, o homem por teimosia e livre escolha pecou (Gn 3, 6-7), afastando-se assim de Deus. Mas esse afastamento não quer dizer que Deus Pai abandonou aquele que outrora criara a sua imagem e semelhança. Por isso Ele faz uma promessa a Abraão, chamando o homem de volta a amizade com ele.

Javé disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio de seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Eu farei de você um grande povo, e o abençoarei; tornarei famoso o seu nome, de modo que se torne uma benção. Abençoarei os que você abençoarem e amaldiçoarei aqueles que o amaldiçoarem. Em você todas as famílias da terra serão abençoadas”. Abrão partiu conforme lhe dissera Javé. [...] Abrão Tinha setenta e cinco anos. (Gn 12, 1-4)

Mas o homem é muito teimoso, hoje é fiel, amanhã não. Porem Deus continua sempre fiel a essa promessa feita com toda a humanidade, Deus é um verdadeiro apaixonado por aquele que criou com tanto amor. Por isso, Ele não se cansa de criar modos para que o homem se reaproxime Dele. Ao longo de nossa historia, vimos que Deus envia ao povo escolhido Juízes, Reis, Profetas, a fim de que voltemos à amizade com Ele.

E o grande SINAL de Deus se realizou em Jesus. Deus não se contentou em enviar apenas Profetas, quis ele mesmo vir ao encontro com o homem, a fim de ensiná-lo a amar, viver e saborear a amizade e o amor que Ele tem por nós. Por isso, podemos afirmar que Jesus é o grande SACRAMENTO DO PAI.

Cristo, obediente à vontade do Pai, entregou-se à morte por nós (Fl 2, 8). Mas antes de voltar para junto do Pai, Jesus encarrega os apóstolos a continuarem sua missão.

Então Jesus se aproximou, e falou: Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo. (Mt 28, 18-20)

Portanto, a Igreja continuando a missão que Cristo confiou aos apóstolos, é SINAL da presença de Cristo no meio dos homens, “Eis que estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”.

Então podemos afirmar que Cristo está presente na igreja através dos Sacramentos, mediante os SINAIS do seu amor (Ef 5, 25).

Mas temos que ter sempre em mente que os SACRAMENTOS não são só sinais do amor de Deus. Eles são o próprio DEUS, presente nesses sinais.

A seguir, Jesus tomou o pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isso em memória de mim”. Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês.” (Lc 22, 19-20)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.7-9.