Sagrada Família

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

SEDE MISERICORDIOSO

Lc 6, 27-38 (23ª quinta-feira do Tempo Comum)

Sede misericordioso, como também vosso Pai é misericordioso. Com essas palavras, Jesus nos revela toda a identidade de Deus.

E hoje, assim como na segunda carta aos coríntios, já não mais Paulo, mas sim o próprio Cristo, nos mostra a importância da generosidade e de termos bons exemplos em nossa vida; e não existe exemplo maior, do que o exemplo do amor de Deus.

Ele nos criou a sua imagem e semelhança e nos reconcilio em Cristo, portanto, somos fruto do querer amoroso e misericordioso de Deus Pai, e por isso somos filhos d’Ele, e conseqüentemente somos todos irmãos e irmãs, e dessa verdade ninguém pode negar.

Diante dessa natureza Cristológica de que somos filhos de Deus, precisamos compreender o verdadeiro significado do dom, da graça e da misericórdia de Deus; e quem conseguir enxergar que todos os irmãos e irmãos são bons, afirmo que este foi quem mais se aproximou da pureza do coração de Deus Pai. Pois só tendo um coração muito puro, muito misericordioso, conseguimos enxergar a bondade em qualquer criatura “Quem de vós que o seu filho lhe pede um pedaço de pão, e lhe dá uma pedra?”.

Portanto, podemos afirmar que a misericórdia, nada mais é do que o amor; e amar é respeitar, é querer o bem do outro. Não precisamos gostar da pessoa para amá-la, e só poderemos compreender isso, se realmente descobrirmos o verdadeiro significado de amar e de amizade.

Nós confundimos a palavra amizade com a palavra “amor”; elas tem significados completamente diferentes uma da outra. Amizade é um dom, uma graça que acontece espontaneamente; e a amizade nos leva a gostar e querer estar além de compartilhar nossa intimidade, nossa alegria e nossa vida com outra pessoa. Apenas tendo essa distinção em mente, podemos viver nossa missão de cristão batizado no mesmo batismo de Jesus, e assim viver o que Cristo nos pede, “amar o próximo como a nós mesmo”.

Agora compreendendo esse amor de Deus Pai, não sejamos como os pagãos, que amam apenas aqueles que os amam, ou seja, respeitam apenas os que os respeitam, apenas aqueles que participam de uma mesma ideologia. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas todo cristão pela misericórdia de Deus, é convidado a amar seu próximo, e todo filho, tem que ter o Pai como exemplo: “sede santo, como vosso Pai é santo”. E Deus, é o Pai de toda a humanidade.

Pela palavra de Deus nos dirigida hoje, vou ser ousado no que vou dizer; muitos impetulantes dizem que a coisa mais difícil é perdoar, e vou novamente ser abusado: só não perdoa quem não teme a Deus e quem não reconhece os seus próprios pecados, suas próprias fraquezas. O perdão, não é nosso irmão quem precisa; é nós mesmo quem precisamos do nosso próprio perdão, dizemos na oração do pai nosso: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

O perdão não deve ser dado apenas quando sentimos vontade; porque vimos que amor é completamente diferente de amizade, não é porque amo, porque perdôo, que tenho que ser amigo, tenho que conviver com aquela pessoa. O perdão é questão de obediência a VONTADE do Pai; perdôo porque é necessário que eu como filho de Deus misericordioso siga o exemplo de Cristo, que a todo momento nos chama a perdoar. E digo a vocês, que o verdadeiro perdão, é aquele que é dado a contragosto, por obediência ao ENVIADO do Pai.

E finalizo deixando um questionamento a cada um de nós. Será que é correto rezar a mais perfeita oração que o próprio Cristo nos ensinou, sem antes pedir a Deus o DOM do verdadeiro amor?

Não façamos de nossa conversa com Deus, algo mecânico, mas digamos a Ele aquilo que verdadeiramente somos capazes de cumprir.

Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo!

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