Sagrada Família

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quinta-feira, 29 de julho de 2010

BATISMO: 5ª Parte_Pais e Padrinhos

Deus chama à vida através do amor concreto entre marido e mulher. Através da criança, a criação é refeita. Com esse gesto, Deus está recriando o mundo, servindo-se dos pais.

[...] E Deus viu que era bom. [...] à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: “sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra. Dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra”. (Gn 1, 25-28)

Aos pais, portanto, em primeiro lugar, é confiada a continuação do projeto de bondade divina. Deles, dos padrinhos e da comunidade-Igreja vai depender o crescimento físico, intelectual e espiritual do novo ser.

Os padrinhos devem ser pessoas de boa índole, que vivam anunciando a bondade de Deus, que dêem testemunhos verdadeiros, sobretudo na família e na comunidade-Igreja, dizendo não ao pecado e professando publicamente sua fé. Portanto, devemos tomar muito cuidado na escolha dos padrinhos.

Os padrinhos devem ser pessoas capazes de ajudar os pais na formação cristã do batizando, que sejam pessoas maduras na fé, que estejam habilitados a guiar o novo ser na coerência de filhos de Deus.

Ninguém pode receber qualquer outro sacramento sem antes ser batizado. Todo sacramento parte de Deus, pois a iniciativa de amor vem dele. E o homem responde, aceitando e assumindo tudo o que o sacramento significa e pede.

Não podemos imaginar que o batismo é o fim do caminho, pois na verdade ele é o início de uma missão: SER PROFETA.

Somos profetas quando ANUNCIAMOS o amor de Deus que está presente em nós e na Igreja; quando DENUNCIAMOS todo tipo de injustiça que desrespeita à dignidade do homem; e quando CELEBRAMOS um novo modo de entender Deus e de olhar as pessoas.

Aquele que recebeu o batismo deve tornar-se, ele também, sacramento de Deus, onde quer que esteja.

João Batista dizia: “Eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desamarrar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. (Lc 3, 16)

No batismo, o Espírito é mais importante do que todo o resto: água, óleo, vela acesa, veste branca etc. Nós somos batizados com o mesmo batismo de Jesus, e recebemos, portanto, o mesmo Espírito.

[...] O que será que esse menino vai ser? (Lc 1, 66). Teríamos hoje, mais cristãos conscientes se os pais e padrinhos se esforçassem em dar-lhes uma educação cristã. Aqueles que não educam na fé seus filhos ou afilhados estão dizendo não a Deus e à vida divina.

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.31-42.

terça-feira, 20 de julho de 2010

BATISMO: 4ª Parte_Óleo e Veste Branca

No antigo testamento, o óleo era usado para louvar a Deus, derramando-o sobre as ofertas a Ele apresentadas.

Quando alguém fizer uma oblação a Javé, sua oferta será de flor de farinha; sobre ela derramará azeite (óleo) e colocará incenso. (Lv 2, 1)

Também era usado nas recepções e nos banquetes, misturando-os com perfumes e assim ungindo o corpo.

Javé falou a Moisés [...] Com esses ingredientes, faça o óleo para a unção sagrada, um perfume aromático, segundo a receita de perfumista. E ele servirá para a unção sagrada. Unja com esse óleo a tenda da reunião e a arca da aliança, a mesa com seus utensílios, o candelabro com seus acessórios, o altar do incenso [...]. Consagre essas coisas e elas ficarão santíssimas: quem as tocar ficará santificado. [...] Fale aos filhos de Israel: ‘Isso será para vocês e para suas gerações um óleo para a unção sagrada’. (Ex 30, 22-31) [Ler também: Nm 18, 8-19].

Certo fariseu convidou Jesus para uma refeição em casa (Lc 7, 36-50) [...]. Você não derramou óleo na minha cabeça; ela porém, ungiu meus pés com perfume. (Lc 7, 46).

O óleo sempre era oferecido primeiramente a Deus, em sinal de gratidão pelos favores recebidos do céu.

Quando alguém em Israel era escolhido para ser rei, sacerdote, ou profeta, recebia a unção, isto é, derramava-se óleo em sua cabeça como sinal de escolha.

Então Samuel pegou a vasilha de óleo, e o derramou sobre a cabeça de Saul. Depois o beijou e disse: “Javé ungiu você para ser chefe sobre Israel, o povo dele. Você governará o povo e o libertará dos inimigos vizinhos. Eis o sinal de que Javé ungiu você como chefe da herança dele. (1Sm 10, 1)

O óleo é símbolo de força, resistência e missão.

Força e Resistência: Os antigos, sobretudo os que viviam em regiões muito quentes e nos desertos, precisavam ungir o corpo para não ficar com a pele ressecada. Lembremos também dos antigos jogadores de luta corporal, que passavam óleo no corpo para escapar dos golpes de seus adversários.

Portanto, o cristão deve ser assim, alguém que treinou o corpo para a luta da vida; alguém que se reveste de força e não se deixa abater pelas fraquezas, por isso, o óleo é na vida do cristão, sinal de resistência ao pecado.

Porém, temos que ter em mente que o óleo não é magia que “fecha o corpo” contra o mal. O óleo é um símbolo que quer nos transmitir a força divina (o amor de Deus). Sem esforço, ninguém por mais ungido que tenha sido, consegue vencer o mal e o pecado.

Missão: O óleo é um sinal do compromisso que fazemos com Deus, para tornar o mundo melhor.

A bíblia nos mostra que as pessoas ungidas, tinham a finalidade de governar o povo (reis), oferecer sacrifícios (sacerdotes) e falar em nome de Deus (profetas). Portanto, a unção do batismo (Lc 4, 18-19), nos convida a participar da mesma missão de Jesus, que é ser rei, sacerdote e profeta.

Através do batismo vencemos o mal, o pecado e a morte, ou seja, ressuscitamos com Cristo para uma vida nova, renascemos para viver a paz e a fraternidade. Por isso, que o batizando recebe uma veste branca, sinal da vitória sobre o pecado, é assumir o compromisso de promover a paz.

[...] Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande para você a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vocês. (Mt 5, 9-12)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.29-31

quinta-feira, 8 de julho de 2010

BATISMO: 3ª Parte_Vela

A biblia nos diz que, antes da criação do mundo, tudo era uma grande confusão. Deus porém, manda que se faça a Luz.

No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo [...] Deus Disse: “Que exista a luz!” E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. (Gn 1, 1-3)

E somente após criar a luz, Deus criou todas as outras coisas. Assim, podemos afirmar que, quando nossa vida se torna uma bagunça, é SINAL de que está faltando a luz de Deus.

Quando Deus aparece à Moises pela primeira vez, ele aparece em uma chama de fogo (Ex 3, 2).

Podemos ver também que, quando Moisés desceu do monte Sinai, onde estivera junto de Deus, a fim de receber os mandamentos, seu rosto brilha.

Quando Moises desceu da montanha do Sinai, [onde ficara durante quarenta dias e quarenta noites (Ex 34, 28)] levou nas mãos as duas tabuas da aliança. Ele não sabia que o seu rosto estava resplandecente, por ter falado com Javé. Aarão e todos os filhos de Israel viram que Moisés estava com o rosto resplandecente, e ficaram com medo de se aproximar dele. Moisés, porém, os chamou. Aarão e os chefes da comunidade se aproximaram, e Moisés falou com eles. Depois, todos os filhos de Israel se aproximaram, e Moisés comunicou a eles tudo o que Javé lhe havia dito no alto da montanha do Sinai. (Ex 34, 29-32)

Na bíblia, existem várias passagens que diz: “O Senhor é minha luz”. Mas essa afirmação se torna plena com a vinda de Jesus.

João Batista pregava que “a luz verdade, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo”.

E o próprio Jesus se declara ser a luz do mundo.

Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida. (Jo 8, 12)

Por isso, na celebração do batismo, acendemos uma vela no Cirilo pascal.

O círio pascal é uma vela grande que se acende no sábado santo. Esta vela representa Jesus ressuscitado, que vence a morte, a escuridão do sepulcro e as trevas do pecado.

O gesto de acender a vela no círio pascal simboliza a união do batizado com Cristo, aceitando assim, Cristo como a única luz para sua vida.

Assim como a vela recebe vida ao ser acessa em outra, nós também recebemos uma nova vida no momento de nosso batismo, e com essa nova vida, todo cristão deve viver segundo os preceitos de Deus, pois do “pó viemos e para o pó voltaremos (Gn 3, 19)”.

Portanto, a vela do batismo quer ser aquela luz especial, a luz que ilumina quando tudo parece escuro em nossa vida; quando não sabemos que rumo tomar.

Se somos através do batismo uma única luz com Cristo, devemos então ser igualmente luz para o mundo.

Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também: Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem [em nome de Deus], e louvem o Pai de vocês que está no céu. (Mt 5, 14-16)

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.24-28.