Sagrada Família

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

POR QUE A IGREJA CATÓLICA É APOSTÓLICA?


Quando confessamos que a Igreja é Apostólica, declaramos um tríplice sentido: afirmamos que ela é fundada nos Apóstolos; que ela recebe e transmite a revelação divina; e por fim, afirmamos que ela continua sendo dirigida pelos Apóstolos.

De fato, a Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica porque foi constituída sob o fundamento dos apóstolos (Ef 2,20), escolhidos pelo próprio Cristo, a fim, de formá-los e envia-los em missão, transformando, assim, todos os povos em verdadeiros discípulos do Reino dos Céus.

Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. Então Jesus se aproximou, e falou: “Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 18,16-20).

Ela é apostólica porque conserva e transmite a fé recebida dos próprios Apóstolos, que foram fundamentados pelo Filho de Deus, que os ensinou, com sua própria vida e testemunho, a pregar com o auxílio do Espírito Santo, a Boa Nova. O primeiro retrato de comunidade que temos relata-nos que as pessoas eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, no partir do pão e nas orações (At 2,42).

Desde os primórdios, os apóstolos se preocuparam em transmitir com humildade a Boa Nova anunciada por Cristo; a Timóteo (2Tm 1,13-14; 2,2), Paulo insiste que tome como modelo de pregação, com amor, fé e fidelidade, as palavras que ele ouviu de sua própria boca, com o auxílio do Espírito Santo que está sobre eles. “o que você ouviu de mim na presença de muitas testemunhas, transmita-o a homens de confiança que, por sua vez, estejam em grau de ensiná-lo a outros”.

Ela é apostólica porque continua sendo ensinada, santificada e dirigida pelos próprios apóstolos, escolhidos por aqueles onze discípulos eleitos por Cristo, que em união ao sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja, continua apascentando o rebanho do Senhor.


Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Uma segunda vez lhe disse: Simão, filho de João, tu me amas? Sim, Senhor, disse ele, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Pela terceira vez disse-lhe: Simão, filho de João, tu me amas? Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara, Tu me amas? e lhe disse: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes quente amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21,15-19).

Sim, Jesus escolheu doze discípulos, para que sua missão continuasse após sua partida (Mt 10,40), dando-lhes poder para expulsar demônios, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e perdoar os pecados (Mt 10,8), mas somente a Pedro deu as chaves do Reino do Céu, e o que Pedro ligasse na terra seria ligado no céu, e o que desligasse da terra seria igualmente desligado do céu, e ainda, que o poder da morte jamais prevaleceria sobre a Igreja edificada em Pedro (Mt 16,18-20).

Os próprios onze discípulos escolhidos por Cristo, perceberam que, assim, como o Pai enviou Jesus e Jesus os enviou, a igreja precisava dar continuidade a missão recebida por Cristo, e por isso, os apóstolos foram escolhendo pessoas integras para sucedê-los, sendo verdadeiros Ministros da Nova Aliança (2Cor 3,6), Ministros de Deus (2Cor 6,4), Embaixadores de Cristo (2Cor 5,20), Servidores de Cristo e Administradores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1).

Então Pedro levantou-se no meio dos irmãos e falou: [...] Judas era um do nosso grupo e participava do nosso serviço. [...] Pois no livro do salmo está escrito: que outro ocupe o seu cargo (Sl 109,8). Há outros homens que nos acompanham durante todo o tempo em que o Senhor vivia no meio de nós, desde o batismo de João até o dia em que foi levado ao céu. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para testemunhar a ressurreição. Então eles apresentaram dois homens: José, chamado Bársabas e apelidado de o Justo, e também Matias. Em seguida fizeram esta oração: ‘Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tu escolheste para ocupar, no serviço do apostolado, o lugar que Judas abandonou para seguir o seu destino’. E a sorte caiu em Matias, que foi juntado ao número dos onze apóstolos (At 1,15-26).

Portanto, para que a Igreja seja verdadeiramente apostólica, deve necessariamente estar em perfeita união ao sucessor de Pedro, pois assim como Cristo estava unido em colégio aos doze escolhidos e, posteriormente, Pedro unido aos demais apóstolos, também hoje, o papa, sob a ação do Espírito Santo, está unido aos demais sucessores apostólicos.