Sagrada Família

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terça-feira, 29 de junho de 2010

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Mt 8, 23-27 (13ª Terça-feira do Tempo Comum)

PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Hoje na festa a São Pedro e São Paulo, Jesus vem nos convidar a entrar em sua barca. Não é Jesus quem deve entra em nossa barca, mas nós é quem devemos embarcar com Ele.

Quando os discípulos estão junto a Jesus em sua embarcação, eis que uma grande tempestade toma conta daquele lugar, de modo que as ondas cobrissem a barca. Jesus, porém, confiando naquele que o enviou não se desespera. Enquanto aqueles que o seguiam mostram toda a sua fraqueza humana e rogam pelo senhor.

Podemos afirmar hoje que esta barca é a Santa Mãe Igreja, lugar de paz e tribulação. E todas as tribulações, todas as perseguições que sofre desde a sua existência, podemos afirmar que é essa mesma tempestade que assombraram os Santos Apóstolos.

E hoje diante de tantas perseguições que a Santa Igreja de Deus sofre, Jesus pergunta a cada um de nós: “porque tanto medo gente de pouca fé?”

É esta tempestade que nos mostra que estamos no caminho de Cristo, é ela que nos mostra a autenticidade da Fé dos discípulos de Deus. A Igreja desde o princípio sofreu e irá continuar sofrendo essa perseguição; até que Jesus se levante de seu glorioso trono, manda que os ventos e o mar se acalmem e que toda a treva se afaste. E só assim então, poderemos ver a Luz resplandecente de Cristo Jesus.

Mas se nós NÃO estivermos seguros nesse “entrar” na barca de Jesus, significa que estaremos esperando que Cristo É que entre em nossa barca, e é por esse esperar que Cristo entre em nossa barca que vemos o que está acontecendo nos dias de hoje, tantas religiões, tantas crenças e muitos de nós ainda temos a coragem de pensar, que se a tempestade da Igreja Católica não passa, se eu não recebo a graça que quero porque a igreja católica está em meio a essa tempestade, então vou para aquela outra igreja, pois aquela sim é graça de Deus, lá o mar já se acalmou. Mas nós nos esquecemos que Cristo diz: “Eu vim para os doentes”.

Tomemos hoje como exemplo São Pedro, que foi alicerçado por Jesus. Até a vinda do Espírito Santo, Pedro um homem medroso, de pouca fé, que negara Jesus por três vezes, se torna o grande Pilar da Igreja. E é esse exemplo de vida que nos levará até Jesus, pois aquele homem medroso já não existe mais, porque confiou na graça do Senhor.

É por isso que fazemos memória com todo o nosso coração com todo o nosso amor e com toda a nossa alma desses nossos queridos Pais, que suportaram tanta dor, tanto sofrimento, para que pudéssemos ouvir aquilo que Jesus anunciou e viveu. Todos os dias de nossa vida e hoje de forma muito especial, devemos estar em total comunhão com o Santo Padre o Papa, que sofre dor tão igual a de Pedro e Paulo. Que essas ondas que cobrem nossa querida mãe Igreja, nos tornem cada vez mais perseverantes, e que sejamos a verdadeira imagem de Maria Santíssima ao pé cruz.

Que tenhamos a mesma força, coragem e Fé de Pedro que foi martirizado na cruz e também de Paulo, decapitado por atingir o amor extremo a Jesus. Ambos anunciando até o fim a Boa Nova do Senhor.

Por isso, jamais deixemos de clamar: São Pedro e São Paulo. Roguem por Nós!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BATISMO: 2ª Parte_Água

Para os antigos, a água era o princípio de todas as coisas.

Desde o princípio da criação do mundo, a bíblia nos fala da água. Nos diz que o Espírito de Deus pairava sobre as águas.

Por isso, dizemos que a água e a chuva são sinais de que Deus abençoa seu povo. Pois o Espírito do senhor pairava sobre as águas para que elas fossem capazes de gerar a vida.

Ela também é sinal de purificação, como podemos ver na narrativa do dilúvio (Gn 6, 9-22; 7, 1-24). Com as águas do dilúvio, Deus acabou com os vícios da humanidade pecadora, fazendo-as renascer para uma nova vida.

Também podemos ver a forte presença da água, quando Moisés é salvo nas águas do rio Nilo (Ex 2, 10); Quando Moisés transforma a água em sangue (Ex 7, 20); Quando o povo hebreu é libertado da escravidão do Egito, e atravessam o mar vermelho a pé enxuto (Ex 14, 21-22); Podemos também lembrar a provação no deserto, quando o povo de Israel começa a reclamar contra Moisés, pela falta de água.

[...] “Você baterá na rocha, e dela sairá água para o povo beber”. Moisés assim fez na presença dos anciões de Israel. (Ex 17, 6)

No novo testamento, a água continua com um grande valor. Na conversa com Nicodemos, Jesus diz:

Em verdade, em verdade te digo: quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne; o que nasce do Espírito é Espírito. (Jo 3, 5-6)

Jesus ainda afirma: se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em mim, beba. É como diz a escritura: “Do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).

Jesus diz ainda que dar um copo de água a quem tem sede é um ato de caridade (Mc 9, 40). Na conversa que Jesus tem com a Samaritana, ele diz: “Aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. (Jo 4, 14)

Quem não se lembra que quando Jesus morreu, um soldado abriu-lhe o lado com uma lança. E imediatamente saíram sangue e água (Jo 19, 31-34).

Podemos então perceber o valor e o significado da água na Bíblia Sagrada. A igreja desde os primeiros cristão purificavam as pessoas de seus pecados, derramando água sobre elas, assim como fizera João Batista em Jesus.

Vimos então que não é por acaso que se batiza com a água. Podemos ver que a água simboliza vida, purificação. Portanto através do batismo renascemos para uma nova vida em Cristo.

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.21-24.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

PODER DA INTERCESSÃO

Números 21, 4-9 (MOISÉS FAZ UMA SERPENTE DE BRONZE PARA CURAR O POVO)


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Naquele tempo, mesmo quando Deus já havia provado tantas coisas ao seu povo, mesmo libertando-os da escravidão do Egito, eles caem nas armadilhas do inimigo.

O povo que outrora havia sido liberto da escravidão, agora dúvida da presença de Deus no meio deles. Mas, Deus em seu infinito amor, novamente mostra a sua presença amorosa no meio da humanidade.

Quantas e quantas vezes nós fazemos parte desse povo que caminha no deserto do Egito, querendo a toda hora que Deus nos mostre sua presença em nosso meio através de sinais. Quantas e quantas vezes nós caímos em tentação e queremos que Deus resolva nosso problema ali, na hora? Quantos não chantageiam Deus dizendo “faça isso que faço aquilo”, será que isso não nos faz semelhantes aquele povo?

Os Hebreus começam a desacreditar e a reclamar de Deus e de Moisés, pois o caminho no deserto estava pesado, espinhoso e montanhoso, e eles começam a sofrer as tentações que tanto sofremos hoje em nossa vida. Nós não somos diferentes daquele povo, quantas vezes nos deixamos ser levados pela ganância (posse), pelo poder, pelo prazer (as três tentações que Jesus sofreu no deserto).

Estamos a todo momento sofrendo essas tentações em nossa vida. Basta lembrarmos o PODER que exercemos diante dos mais fracos em nosso serviço, em nossa casa, em nossa comunidade; basta lembrarmos da GANÂNCIA que temos em ter um ótimo carro, uma ótima casa, um ótimo salário, uma ótima posição na igreja em que participo; ou até mesmo a ganância em satisfazer os PRAZERES do meu corpo e da minha mente.

Então, Deus envia contra aquele povo serpentes. Ao se lembrarem de todas as maravilhas que outrora Deus realizara, vão até Moisés e admitem seus pecados, suas fraquezas, e então suplicam a Moisés que intercedam por eles junto ao Pai.

E Moisés, atendendo as súplicas de seu povo, é a pessoa que mais se aproxima de como é o amor de Deus por nós e suplica a Deus Javé por aqueles que tanto ama.

Deus em seu infinito amor e sabendo das fraquezas do homem, manda que Moisés faça uma Serpente de bronze e a coloque em um lugar de destaque (lugar alto), e novamente faz uma aliança com seu povo. “Todo aquele que for mordido, olhando para ela, será salvo”.

Ora, a serpente de bronze não foi feita para ser adorada, mas sim para que todos se lembrassem das maravilhas que Deus fizera a eles. Não era a imagem que os curavam, mas sim, a fé que as fortificavam ao olharem e lembrarem que a UM só Deus, que por sinal nos ama mais que tudo.

Portanto, todas as nossas imagens (de Santas e Santos de Deus) tem essa mesma finalidade, de lembrarmos que existe um Deus que nos AMA mais que tudo nessa vida. E ao olharmos aquela imagem, devemos sempre nos lembrar que aquele santo ou santa foi fiel e acreditou nesse AMOR DE DEUS, com isso, essas lembranças devem nos servir como exemplo de vida.

Diante de tudo isso, devemos sempre suplicar a misericórdia de Nosso Senhor. E percebermos como somos fracos, covardes diante das dificuldades, diante das “tentações do deserto”.

Desde Adão até os dias de hoje, continuamos caindo nas mesmas tentações (posse, poder e prazer) e mesmo após tantos séculos, Deus continua nos amando e nos dando tantos sinais, a fim de que todos sejam salvos.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

terça-feira, 1 de junho de 2010

BATISMO: 1ª Parte

O Batismo é o primeiro dos sacramentos. Junto com a Confirmação e a Eucaristia, formam os chamados SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ.

O Batismo abre o grande diálogo amoroso de Deus com os Homens. Aquele que é batizado responde sim a Deus, comprometendo-se com o bem, a verdade e a justiça.
É através do batismo que nos tornamos FILHOS DE DEUS, porque nele morremos para o pecado, a fim de vivermos a vida nova trazida por Cristo.

[...] Uma vez que já morremos para o pecado, como poderíamos ainda viver no pecado? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? [...] Assim também vocês considerem-se mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo. (Rm 6, 1-11)

Portanto, o batismo é o sacramento que apaga em nós o pecado original e suas conseqüências.

Jesus, ao ser batizado por João Batista no rio Jordão, institui o batismo para todos os que desejam ser cristão.

Por isso, todo homem que deseja se salvar, deve crer e ser batizado (Mc 16,16), pois antes de subir ao céu, Jesus deu aos apóstolos a ordem de batizar.

Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santos, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. (Mt 28, 19-20)

Todo aquele que é batizado tem a obrigação de ser fiel ao compromisso de amor entre ele e o Criador. Deve viver como filho de Deus e irmão dos homens.

Ao sermos batizados, recebemos o mesmo Espírito que pousou sobre Jesus no rio Jordão.

Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz, dizendo: “Esse é o meu filho amado (Jo 4, 34), que muito me agrada”. (Mt 3, 16-17)

Após ser batizado, Jesus é levado ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo (Mt 4,1-11).

[...] Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e depois sentiu fome. Então o tentador se aproximou e disse a Jesus [...]

Quando Deus criou o homem, colocou-o num jardim, lugar de paz e de intimidade com Deus (Gn 2, 8-18). Mas o homem, com o pecado (Gn 3, 6-24), se afastou de Deus e foi expulsou do Paraíso, passando a viver dificuldades, e assim, a terra se tornou um verdadeiro deserto.

A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas (são espécies silvestres e animais que não servem como alimento.), e você comerá a erva do campo. Você comerá seu pão com o suor do seu rosto, até que volta para a terra, pois dela foi tirado. Você é pó e ao pó voltará. (Gn 3, 18-19)

O homem desde quando vivia no paraíso foi fraco/covarde (Gn 3, 6-7), porém, Jesus vai para o deserto, a fim de mostrar ao homem como deve fazer para ser vitorioso. Cristo sofre três tipos de tentação: posse, prazer e poder, que resumem todos os tipos de tentações.

Através de Jesus o deserto se tornou um lugar de purificação, de oração e de encontro com Deus. Mas também um lugar de provações, de dificuldades, pois foi no deserto que o povo de Israel duvidou da presença de Deus no meio deles.

Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e contra Moisés: “Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento.” Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos. O povo veio a Moisés e disse-lhe: “Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes.” Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: “Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.” Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida. (Nm 21, 5-9)

Portanto, todos nós depois do batismo, somos conduzidos ao deserto da vida, basta que olhemos ao nosso redor.

Mas todo aquele que recebeu o batismo, deve assim como Jesus, vencer todas as tentações que aparecerem em sua vida, pois se participamos do mesmo batismo de Jesus, também somos os filhos queridos de Deus.

Então, viver o batismo é vencer (Dn 13, 1-9.15-17.19-30.33-62) todas as tentações, é transformar o deserto de nossa vida, num paraíso.

Por isso, quando as tentações do deserto forem fortes em nossa vida, não devemos ter medo de clamar como o cego de Jericó (Mc 10, 46-52) “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”.


BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.11-21.