... a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus! |
O Senhor nos mostrar que tudo
aquilo que outrora fora anunciado pelos profetas já se faz presente em meio aos
homens, por isso, glorifica Jerusalém, o mundo novo já chegou!
Mateus, portanto, indaga todas as
pessoas e grupos a assumirem diante de Cristo novas posturas e atitudes que
sejam condizentes com a vontade do Pai.
Podemos hoje separar o nosso
evangelho em duas partes, na qual a primeira, Jesus afirma ser o Messias Salvador,
Aquele que devia vir ao mundo; e na segunda parte, vemos a declaração de Jesus
sobre João Batista.
Estando preso, João ouve falar
das obras realizadas por Jesus e envia até Ele os seus discípulos com a missão
de confirmar a sua messianidade do Nazareno, por isso que eles perguntam: És tu, aquele que há de vir, ou devemos
esperar um outro?
João e todo o povo de Israel
esperavam um messias que viesse lançar fogo a terra, um juiz severo que
castigaria todos os pecadores e governasse com punho forte e braço de ferro.
Ao contrário do que todos
esperavam, Jesus se aproxima do pecador, do pobre e do enfermo e, isso deixa o
Batista e seus discípulos completamente desconcertados. Por isso é que João
envia os seus discípulos até Jesus.
Quantas e quantas vezes também
nós ficamos escandalizados quando vemos a “ovelha negra” da comunidade
recebendo mais atenção do que aquela que todos os dias está com o seu tercinho
diante do Santíssimo; quantas vezes nos escandalizamos quando a atenção é dada
a um regresso da comunidade. Quantas vezes esquecemos das palavras de Jesus que
diz: O Filho do Homem veio para salvar o
que estava perdido. [...] o Pai que está no céu não quer que nenhum de seus
filhos se percam[1].
Portanto a ação de Jesus é sempre
de dar vida[2] aos que
estão mortos no pecado e na dor. E este é o sinal messiânico anunciado pelo
profeta Isaias: os surdos ouvirão[3],
os cegos enxergarão[4], os
coxos andarão[5] e os
pobres ouvirão a Boa Nova[6]. Ide contar a João o que estais ouvindo e
vendo, pois estas são obras que comprovam que o grande dia já chegou.
Contrariamente a muitos de nós,
Jesus não se incomoda com a pergunta de João, pois sabe que ele não é um
pregador oportunista cuja mensagem segue a moda do momento, por isso, faz essa
linda declaração sobre seu primo: João é
mais do que um profeta, ele é o maior dos nascidos de mulher, ele é o
precursor do Messias que há de vir ao mundo. É ele o Elias que devia vir ao
mundo preparar o caminho do Senhor.
Quantas vezes, meus irmãos,
também nós desanimados pelas dificuldades deste caminho nos perguntamos, será que
este homem crucificado, a quem chamamos de Jesus, de fato é o Messias que devia
vir ao mundo? Será que de fato este mundo é apenas uma passagem para uma vida
melhor?
E todo vez que paramos e sentamos
a beira do caminho devido à dor e o desânimo os falsos profetas se aproximam de nós vestidos com peles de ovelha[7],
prometendo prosperidade, alegria e paz eterna. Meus filhos não se iludam com
essas falsas promessas, pois o próprio Cristo diz: aquele que me segue terá tribulação, sofrimento e perseguição[8],
mas Eis que estarei convosco todos os dias[9]!
Por isso Tiago dirige esta carta
aos sofredores de sua comunidade, exortando-os a não perderem de vista os
valores cristãos e a esperarem com paciência a vinda gloriosa do Senhor.
Ele afirma que os pobres sofrem e
são explorados pelos filhos das trevas, mesmo assim, não devem se queixar pelo
caminho, pelo contrário, devem confiar ainda mais na proteção e na misericórdia
de Deus, pois quem confia no Senhor não entra nos esquemas injustos e violentos
do opressor.
Nós, juntamente com nossa
sociedade não somos os primeiros e nem seremos os últimos a sofrerem nesta
terra de Santa Cruz.
Isaias nos lembra na primeira
leitura toda a desilusão daquele povo exilado na babilônia e o desespero que
tiveram por perderem tudo o que possuíam; eles perderam até mesmo a sua própria
dignidade.
O profeta com esta carta busca
reavivar a esperança e o ânimo dos exilados, pois ele tem a certeza que Deus
vai intervir em seu favor; e de onde vem esta certeza? Ela vem da história de
nossa salvação.
O autor começa por interpelar a
natureza e a convidá-la a revestir-se de vida e vida em abundância; e ela
manifestará a sua alegria pela intervenção Divina.
O deserto morto de vida se
transformará gloriosamente para que os libertos do cativeiro passem por ele,
assim como os hebreus passaram a pé enxuto pelo mar vermelho[10].
Por isso, Filhos de Deus, nada de
desânimo, os sofredores devem unir-se à alegria da natureza, pois a ação de
Deus em nosso meio é sempre excessiva, é sempre abundante: o mudo não apenas falará, mas cantará de alegria, o coxo não apenas
andará, mas pulará de alegria! E, assim, este segundo êxodo será ainda mais
grandioso do que o realizado em Moisés, pois agora é o próprio Cristo quem nos
conduzirá à Terra Prometida.
Sabe por que o menor no Reino do
Céu é maior do que João Batista? Porque este foi o precursor, o preparador da
primeira vinda do Senhor, e nós que somos menores do que ele estamos
responsáveis por anunciar as maravilhas do Evangelho e por preparar o coração
dos nossos irmãos para a segunda e mais importante vinda de Jesus, onde Ele
levará contigo todos os eleitos para a felicidade eterna.
Portanto, irmãos, não tenhamos
medo deste mundo mudo, cego e surdo à alegria do Senhor, pelo contrário,
façamos os surdos ouvirem a Palavra viva de Deus, façamos os cegos encontrarem
em nós a luz de Cristo e os pobres a encontrarem a sua dignidade.
Que possamos junto ao salmista
clamar: O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído, o Senhor ama aquele que é justo, é o Senhor que
protege o estrangeiro.