Sagrada Família

Sagrada Família

terça-feira, 26 de julho de 2011

JUSTOS AOS OLHOS DE DEUS:SANT'ANA E SÃO JOAQUIM


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO

Caríssimos irmãos e irmãs,

Hoje com grande alegria, a Santa Mãe Igreja celebra os Bem-Aventurados Joaquim e Ana, avós de Jesus, pais de Maria.

Celebrar Joaquim e Ana é celebrar o respeito às Tradições e a conservação da raiz de todo nosso ser.

Junto a eles, celebramos a transmissão de nossa Fé, pois neles, mantemos viva a chama de nossa raiz Abraâmica de geração em geração, onde sem dúvidas, se estenderá até o fim dos tempos, pois o próprio Cris disse: “Eis que estarei convosco até os fins dos tempos”(Mt 28,20).

Neste dia, em comunhão com todos os Avós, celebramos reconhecendo que eles são para nós a grande fonte de sabedoria, pois eles são os principais responsáveis por compartilhar e cultivar em nós a oração, as tradições familiares e religiosas, fazendo-nos ver, ouvir e compreender os desígnios de Deus.

O Senhor jurou a Davi uma promessa que jamais retratará: “É um fruto do seu ventre que eu vou colocar em seu trono. [...] Porque o Senhor escolheu Sião, e a desejou como sua morada. Ela será minha mansão para sempre, aí vou habitar, pois eu a desejei. Sl 132

Ana e Joaquim foram por Deus escolhidos para serem os pais do tabernáculo de seu Filho amado.

Por meio dos Apócrifos, sobretudo de São Tiago, pudemos conhecer alguns aspectos importantes da vida dos pais da Bem-Aventurada Virgem Maria.

“A Graça”, significado do nome ANA, pertence a linhagem do sacerdote Aarão e seu santíssimo esposo a família real de Davi.

Este casal exemplar, piedoso e temente ao Pai eram em tudo obedientes ao Senhor, cumpridores de todos os preceitos da lei de Deus.

Já idosos, Ana e Joaquim, incessantemente censurados pelo sacerdote Ruben, por não terem filhos, clamam pela misericórdia de Deus e por serem justos diante dos olhos do Pai são agraciados a gerarem aquela que seria a mãe do Emanuel, do Deus conosco.

Maria, consagrada ao Senhor é levada aos três anos ao templo para lá ser educada e servir a Deus com todo o seu amor e ternura. De acordo com a sagrada tradição, Ana e Joaquim viveram o suficiente para ver o nascimento de Jesus. Joaquim morreu logo após ver seu Divino neto no Templo de Jerusalém.

Os primeiros escritos sobre os Avós de Jesus se deram no século II, dando inicio ao divino culto a Sant’Ana já no século V por todo o oriente, se estendendo pelo Ocidente já no século oitavo.

O ápice do culto litúrgico a Ana e Joaquim se deu no século XV, sendo em 1584 instituído pelo papa Gregório XIII o dia 26 de Julho para o culto divino aos pais da sempre Virgem Maria.

A bem-aventurança hoje proclamada (Mt 13,16-17), nos revela que muitos profetas e justos desejaram contemplar o reino que se fazia presente no meio da humanidade, assim como muitos que também desejaram ouvir a verdadeira palavra de justiça e amor.

Ainda hoje podemos ver e ouvir nosso Salvador, pois Ele, por amor, quis se fazer presente entre nós através dos santos sacramentos, irrompendo assim a eternidade, para que juntos participássemos, desde já, das maravilhas do reino celeste.

Vemo-lo não como Pedro e seus amigos o viram, mas com o olhar de nossa fé, não o ouvimos com sua própria voz, como seus discípulos o ouviram, mas o ouvimos através da verdade de nosso irmão. Na Santa Eucaristia podemos contemplar toda a glória Daquele que nos salvou, e através de toda palavra de amor, podemos ouvi-lo como Ele mesmo falou.

Ana e Joaquim não foram profetas, mas foram justos e tementes a Deus; não temos tantas informações sobre eles, mas o próprio Jesus disse: “Pelo fruto conhecereis a árvore” (Mt 7,16). Por isso, podemos os conhecer através das obras de Maria, que assumiu a árdua missão de ser a Mãe do Servo Sofredor.

Peçamos hoje ao Divino Pai eterno que nos ajude a viver como os santos profetas viveram e também como os justos Joaquim e Ana viveram, para que sejamos verdadeiros testemunhos de vosso amor, justiça e dignidade.

Celebrando a conservação da sagrada Tradição através de nossos santos anciãos (avós), peçamos com grande fervor para que Sant’Ana e São Joaquim roguem sempre por nós!

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

CONFIRMAÇÃO: 3ª Parte


O crisma é o óleo que o bispo, sucessor dos apóstolos, consagra na manhã da quinta-feira santa.

A unção com o óleo é o gesto pelo qual Deus comunica seu Espírito e seu poder. É por meio do Espírito que podemos chamar carinhosamente Deus de Pai.

Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos. A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho; e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus. (Gl 4, 4-7)

A palavra Cristo tradução de Messias significa “O UNGIDO”. E o próprio Jesus se proclama o Ungido do Pai, através do Espírito Santo. “O Espírito do Senhor está sobre mim porque ele me ungiu” (Lc 4, 18).

O confirmado ao ser ungido deve assumir o compromisso em promover a justiça e bem comum à todos. Não basta apenas apontar as injustiças, é preciso mostrar a justiça através de sua vida e suas atitudes.

Portanto, a missão do confirmado deve começar na família, para então se estender a toda sociedade.

O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, perdão paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não a lei. (Gl 5, 22-23)

Vimos que na confirmação recebemos o Espírito Santo como Dom de Deus. Damos o nome de DONS DO ESPÍRITO SANTO, as boas ações que fazemos sob a inspiração dele.

São sete os dons do Espírito, que pretendem resumir toda a ação do espírito: Sabedoria, Entendimento, Ciência, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus.

Sabedoria - É o dom de perceber o certo e o errado, o que favorece e o que prejudica o projeto de Deus. Por este dom buscamos não as vantagens deste mundo, mas o Bem Supremo da vida, que nos enche o coração de paz e nos faz felizes. Diz o Senhor: "Feliz o homem que encontrou a sabedoria... Ela é mais valiosa do que as pérolas" (Cf. Pr 3,13-15).

Entendimento - É o dom divino que nos ilumina para aceitar as verdades reveladas por Deus. Mesmo não compreendendo o mistério, entendemos que ali está a nossa salvação, porque procede de Deus, que é infalível. O Senhor disse: "Eu lhes darei um coração capaz de me conhecer e de entender que Eu sou o Senhor" (Jr 24,7).

Ciência - É o dom de saber interpretar e explicar a Palavra de Deus. Por este dom, o Espírito Santo nos revela interiormente o pensamento de Deus sobre nós, pois "os mistérios de Deus ninguém os conhece, a não ser o Espírito Santo" (1 Cor 2,10-15).

Conselho - É o dom de saber discernir caminhos e opções, de saber orientar e escutar, de animar a fé e a esperança da comunidade. Mas o Senhor disse-lhe: "Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor vê o coração" (1 Sm 16,7).

Fortaleza - É o dom de resistir às seduções, de ser coerente com o Evangelho, de enfrentar riscos na luta por justiça, de não temer o martírio. São Paulo confiava no dom da fortaleza. Ele disse: "Se Deus está conosco, quem será contra nós?" (Rm 8,31).

Piedade - É o dom de estar sempre aberto à vontade de Deus, procurando agir como Jesus agiria e identificando no próximo o rosto de Cristo. É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. "O Reino de Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17).

Temor De Deus - Não quer dizer "medo de Deus", mas medo de ofender a Deus. Sendo Ele o nosso melhor amigo, temos o receio de não lhe estarmos retribuindo o amor que lhe é devido. Mais do que temor, é respeito e estima por Deus. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6,4-5).

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.53-.57

quarta-feira, 13 de julho de 2011

CONFIRMAÇÃO: 2ª Parte


A confirmação é o sacramento do Espírito Santo como DOM. A imposição das mãos não é um gesto mágico. A imposição das mãos é um gesto simbólico que quer comunicar o Espírito Santo ao confirmado.

A igreja usa esse gesto porque ele tem um significado muito bonito ao longo da história do povo de Israel, nas ações de Jesus e na vida da própria Igreja. Não é um gesto que obriga o Espírito a descer, pois ele sopra onde quer.

O vento sopra onde quer, você ouve o barulho, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai. Acontece a mesma coisa com quem nasceu do Espírito. (Jo 3, 8)

Como vimos acima, impor as mãos é um gesto simbólico. Com isso se quer transmitir alguma coisa que se possui. Jacó impõe as mãos sobre seus netos para abençoá-los (Gn 48,14-15). Deus pede que Moisés imponha as mãos sobre Josué, e com esse gesto, Moisés transferiu a Josué o que era (líder do povo) e o que possuía (sabedoria e capacidade de liderar). (Nm 27,18-23)

Josué, filho de Num, estava repleto do espírito de sabedoria, pois Moisés havia imposto as mãos sobre ele. E os israelitas obedeceram a Josué, agindo conforme Javé tinha ordenado a Moisés. (Dt 34, 9)

No antigo testamento, a imposição das mãos além de ser uma benção, poderia também ser sinal de maldição.

Javé disse a Moisés: “tire fora do acampamento o homem que blasfemou. Todos que o ouviram coloquem as mãos sobre a cabeça dele. Depois toda a comunidade o apedrejará. Em seguida, fale aos filhos de Israel: ‘Todo aquele que amaldiçoar o seu Deus carregará o peso do próprio pecado’ [...]”. (Lv 24, 14)

No novo testamento, podemos ver Jesus impondo as mãos para curar e abençoar:

[...] Um chefe se aproximou, ajoelhou-se diante de Jesus, e disse: “Minha filha acaba de morrer; mas vem, põe tua mão sobre ela, e ela viverá”. Jesus levantou-se e o seguiu, junto com seus discípulos. [...] Jesus entrou, e tomou a menina pela mão. Então a menina se levantou. [...] (Mt 9, 18-26)

Marcos, Mateus e Lucas, também relatam que eram levadas crianças a Jesus, para que ele fizesse uma oração e lhes impusesse as mãos ( Mt 19,13 ; Mc 6, 5; 8, 23; 10, 16 ; Lc 4, 40; 13, 13).

Em Atos do Apóstolos, Lucas nos relata que após a morte de Estevão, Pedro e João desceram a Samaria, pois esses haviam acolhido a palavra do Deus. Pedro e João impunham as mãos sobre os samaritanos, e eles recebiam o Espírito Santo.

Mas o Senhor disse a Ananias: “Vá, porque esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu nome”. Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que lhe apareceu quando vinha pelo caminho, me mandou aqui para que você recupere a vista e fique cheio do Espírito Santo.” Imediatamente caiu dos olhos de Saulo alguma coisa parecida com escamas, e ele recuperou a vista [...] (At 9, 15-18)


BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.50-.52

quinta-feira, 7 de julho de 2011

ANUNCIAI QUE O REINO DOS CÉUS ESTÁ PRÓXIMO

Mt 10,7-15 (14ª quinta-feira do Tempo Comum)


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Jesus convida os doze apóstolos para compartilharem com Ele a árdua missão de evangelização, fazendo-lhes várias recomendações.

Ainda ontem víamos o Messias pedindo-lhes que anunciassem a Boa Nova inicialmente aos seus.

Hoje, o grande rei da Messe, recomenda aos seus amigos que anunciem primordialmente que “o reino dos céus está próximo”, mostrando-nos que o mundo inteiro precisa estar ciente de que o Rei da Glória já está presente em nosso meio.

Sendo Ele o último sinal visível do Pai para a humanidade, é preciso que os apóstolos participem intimamente do ministério do Mestre. “Curem os leprosos e outros doentes, ressuscitem os mortes e expulsem os demônios”.

Pois são eles quem darão continuidade à grande missão de Jesus: devolvendo a liberdade e dignidade aos oprimidos, procurando levar o bem a todos, sem se preocupar com qualquer tipo de recompensa neste mundo. Pois o importante é anunciar o projeto divino de Deus, para que ninguém seja surpreendido no dia do “Julgamento Final”.

Todos nós somos convidados a anunciar esta Boa Nova, tendo coragem de deixar nosso próprio EU, sem medo se entregar nas mãos do Pai.

Assim como aqueles doze apóstolos, confiemos nós também na providência divina para que envie bons operários para a messe, operários que sejam capazes de se colocarem inteiramente a serviço da missão.

O Senhor Jesus mesmo disse que o Espírito Sopra onde quer; por isso, peçamos com fervor, que o Espírito de Deus seja venha sobre o mundo inteiro, em especial sobre toda a Igreja, para que Ela possa anunciar o seu Santo Evangelho a todos os povos e nações e em qualquer lugar do Universo.

Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo !