Sagrada Família

Sagrada Família

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

POR QUE A IGREJA CATÓLICA É APOSTÓLICA?


Quando confessamos que a Igreja é Apostólica, declaramos um tríplice sentido: afirmamos que ela é fundada nos Apóstolos; que ela recebe e transmite a revelação divina; e por fim, afirmamos que ela continua sendo dirigida pelos Apóstolos.

De fato, a Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica porque foi constituída sob o fundamento dos apóstolos (Ef 2,20), escolhidos pelo próprio Cristo, a fim, de formá-los e envia-los em missão, transformando, assim, todos os povos em verdadeiros discípulos do Reino dos Céus.

Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. Então Jesus se aproximou, e falou: “Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 18,16-20).

Ela é apostólica porque conserva e transmite a fé recebida dos próprios Apóstolos, que foram fundamentados pelo Filho de Deus, que os ensinou, com sua própria vida e testemunho, a pregar com o auxílio do Espírito Santo, a Boa Nova. O primeiro retrato de comunidade que temos relata-nos que as pessoas eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, no partir do pão e nas orações (At 2,42).

Desde os primórdios, os apóstolos se preocuparam em transmitir com humildade a Boa Nova anunciada por Cristo; a Timóteo (2Tm 1,13-14; 2,2), Paulo insiste que tome como modelo de pregação, com amor, fé e fidelidade, as palavras que ele ouviu de sua própria boca, com o auxílio do Espírito Santo que está sobre eles. “o que você ouviu de mim na presença de muitas testemunhas, transmita-o a homens de confiança que, por sua vez, estejam em grau de ensiná-lo a outros”.

Ela é apostólica porque continua sendo ensinada, santificada e dirigida pelos próprios apóstolos, escolhidos por aqueles onze discípulos eleitos por Cristo, que em união ao sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja, continua apascentando o rebanho do Senhor.


Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Uma segunda vez lhe disse: Simão, filho de João, tu me amas? Sim, Senhor, disse ele, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Pela terceira vez disse-lhe: Simão, filho de João, tu me amas? Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara, Tu me amas? e lhe disse: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes quente amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21,15-19).

Sim, Jesus escolheu doze discípulos, para que sua missão continuasse após sua partida (Mt 10,40), dando-lhes poder para expulsar demônios, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e perdoar os pecados (Mt 10,8), mas somente a Pedro deu as chaves do Reino do Céu, e o que Pedro ligasse na terra seria ligado no céu, e o que desligasse da terra seria igualmente desligado do céu, e ainda, que o poder da morte jamais prevaleceria sobre a Igreja edificada em Pedro (Mt 16,18-20).

Os próprios onze discípulos escolhidos por Cristo, perceberam que, assim, como o Pai enviou Jesus e Jesus os enviou, a igreja precisava dar continuidade a missão recebida por Cristo, e por isso, os apóstolos foram escolhendo pessoas integras para sucedê-los, sendo verdadeiros Ministros da Nova Aliança (2Cor 3,6), Ministros de Deus (2Cor 6,4), Embaixadores de Cristo (2Cor 5,20), Servidores de Cristo e Administradores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1).

Então Pedro levantou-se no meio dos irmãos e falou: [...] Judas era um do nosso grupo e participava do nosso serviço. [...] Pois no livro do salmo está escrito: que outro ocupe o seu cargo (Sl 109,8). Há outros homens que nos acompanham durante todo o tempo em que o Senhor vivia no meio de nós, desde o batismo de João até o dia em que foi levado ao céu. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para testemunhar a ressurreição. Então eles apresentaram dois homens: José, chamado Bársabas e apelidado de o Justo, e também Matias. Em seguida fizeram esta oração: ‘Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tu escolheste para ocupar, no serviço do apostolado, o lugar que Judas abandonou para seguir o seu destino’. E a sorte caiu em Matias, que foi juntado ao número dos onze apóstolos (At 1,15-26).

Portanto, para que a Igreja seja verdadeiramente apostólica, deve necessariamente estar em perfeita união ao sucessor de Pedro, pois assim como Cristo estava unido em colégio aos doze escolhidos e, posteriormente, Pedro unido aos demais apóstolos, também hoje, o papa, sob a ação do Espírito Santo, está unido aos demais sucessores apostólicos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FÉ: Uma Resposta do Homem a Deus


São Paulo nos alerta que é “impossível agradar a Deus sem fé” (Hb 11,6). A fé é em primeiro lugar um consentimento pessoal do homem para com Deus, que em seu grande amor nos fala não como senhor, mas como amigo.

Esta adesão é a resposta do Homem à Deus, submetendo assim, toda a sua inteligência voltada ao Pai e esta aprovação a este projeto é denominada como “obediência da fé” nas Sagradas Escrituras.

Neste caso, obedecer é aceitar e colocar em pratica a palavra escutada. Aqui podemos citar dois grandes exemplos de entrega a Deus: Abraão e a bem-aventurada Virgem Maria.

Abraão parte para uma terra desconhecida, respondendo ao chamado do Pai. Vivendo como estrangeiro na terra prometida como herança, Abraão é agraciado e sua esposa Sara mesmo na velhice concebe um filho, mostrando, assim, que para Deus nada é impossível.

O gesto mais significativo de Abraão está em sua entrega total a Deus. Pela fé, Ele foi capaz de entregar seu único filho em sacrifício. Por isso, Abraão é chamado de “Pai do povo eleito”.

Encontramos no Antigo Testamento muitos testemunhos que nos relata a fé do povo eleito, mas Deus nos preparou algo melhor, “a graça de crer em Jesus Cristo”.

A Bem-Aventurada Virgem Maria, grande e maior exemplo de assentimento ao Pai, acreditando, ela acolhe a promessa trazida pelo Arcanjo Gabriel, demonstrando assim, que para Deus, nada é impossível.

Maria é venerada pela igreja, justamente por confiar nas promessas do Pai até sua maior provação, quando seu filho Jesus, morre na cruz por nós, mostrando-nos a mais pura e perfeita fé.

Se nós cristãos cremos em Jesus, inevitavelmente acreditamos naquele que o enviou e quem nos afirma isso é o próprio Cristo: “se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai” (Jo 14,7); “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9).

Homem algum jamais conhecerá Cristo, se não for através do Espírito Santo, é ele quem nos revela Jesus como o Verbo Encarnado. “Jesus disse: você é feliz Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17) e Paulo vai nos dizer na primeira carta aos Corintos que “o que está em Deus, ninguém o conhece a não ser o Espírito de Deus” (1Cor 2,11).

Portanto, crer só é possível pela graça e intermédio do Espírito Santo. São Tomás de Aquino nos dirá que “crer é um ato da inteligência que firma a verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça”.

Uma vez dotados de inteligência e liberdade, acreditamos que “crer” é um ato autenticamente humano, pois na fé, a inteligência e a vontade humana cooperam com a graça divina.

Sendo a fé um ato voluntário, o homem deve responder a Deus, acreditando por livre vontade. Em nenhum momento Cristo nos forçou a termos fé ou a nos convertermos, ao contrario, ele deu seu próprio testemunho ao se entregar livremente na cruz.

A fé é um dom gratuito de Deus aos homens e muitas vezes posta à prova, através do sofrimento, da injustiça e de tudo aquilo que possa nos abalar; e para vencermos o bom combate devemos estar alimentados da Palavra de Deus, pois só ela nos fará crescer e perseverar até o fim.

E finalizo com as palavras de Santo Agostinho que nos diz: “eu creio para compreender e compreendo para melhor crer”.

CIC 142-165

terça-feira, 26 de julho de 2011

JUSTOS AOS OLHOS DE DEUS:SANT'ANA E SÃO JOAQUIM


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO

Caríssimos irmãos e irmãs,

Hoje com grande alegria, a Santa Mãe Igreja celebra os Bem-Aventurados Joaquim e Ana, avós de Jesus, pais de Maria.

Celebrar Joaquim e Ana é celebrar o respeito às Tradições e a conservação da raiz de todo nosso ser.

Junto a eles, celebramos a transmissão de nossa Fé, pois neles, mantemos viva a chama de nossa raiz Abraâmica de geração em geração, onde sem dúvidas, se estenderá até o fim dos tempos, pois o próprio Cris disse: “Eis que estarei convosco até os fins dos tempos”(Mt 28,20).

Neste dia, em comunhão com todos os Avós, celebramos reconhecendo que eles são para nós a grande fonte de sabedoria, pois eles são os principais responsáveis por compartilhar e cultivar em nós a oração, as tradições familiares e religiosas, fazendo-nos ver, ouvir e compreender os desígnios de Deus.

O Senhor jurou a Davi uma promessa que jamais retratará: “É um fruto do seu ventre que eu vou colocar em seu trono. [...] Porque o Senhor escolheu Sião, e a desejou como sua morada. Ela será minha mansão para sempre, aí vou habitar, pois eu a desejei. Sl 132

Ana e Joaquim foram por Deus escolhidos para serem os pais do tabernáculo de seu Filho amado.

Por meio dos Apócrifos, sobretudo de São Tiago, pudemos conhecer alguns aspectos importantes da vida dos pais da Bem-Aventurada Virgem Maria.

“A Graça”, significado do nome ANA, pertence a linhagem do sacerdote Aarão e seu santíssimo esposo a família real de Davi.

Este casal exemplar, piedoso e temente ao Pai eram em tudo obedientes ao Senhor, cumpridores de todos os preceitos da lei de Deus.

Já idosos, Ana e Joaquim, incessantemente censurados pelo sacerdote Ruben, por não terem filhos, clamam pela misericórdia de Deus e por serem justos diante dos olhos do Pai são agraciados a gerarem aquela que seria a mãe do Emanuel, do Deus conosco.

Maria, consagrada ao Senhor é levada aos três anos ao templo para lá ser educada e servir a Deus com todo o seu amor e ternura. De acordo com a sagrada tradição, Ana e Joaquim viveram o suficiente para ver o nascimento de Jesus. Joaquim morreu logo após ver seu Divino neto no Templo de Jerusalém.

Os primeiros escritos sobre os Avós de Jesus se deram no século II, dando inicio ao divino culto a Sant’Ana já no século V por todo o oriente, se estendendo pelo Ocidente já no século oitavo.

O ápice do culto litúrgico a Ana e Joaquim se deu no século XV, sendo em 1584 instituído pelo papa Gregório XIII o dia 26 de Julho para o culto divino aos pais da sempre Virgem Maria.

A bem-aventurança hoje proclamada (Mt 13,16-17), nos revela que muitos profetas e justos desejaram contemplar o reino que se fazia presente no meio da humanidade, assim como muitos que também desejaram ouvir a verdadeira palavra de justiça e amor.

Ainda hoje podemos ver e ouvir nosso Salvador, pois Ele, por amor, quis se fazer presente entre nós através dos santos sacramentos, irrompendo assim a eternidade, para que juntos participássemos, desde já, das maravilhas do reino celeste.

Vemo-lo não como Pedro e seus amigos o viram, mas com o olhar de nossa fé, não o ouvimos com sua própria voz, como seus discípulos o ouviram, mas o ouvimos através da verdade de nosso irmão. Na Santa Eucaristia podemos contemplar toda a glória Daquele que nos salvou, e através de toda palavra de amor, podemos ouvi-lo como Ele mesmo falou.

Ana e Joaquim não foram profetas, mas foram justos e tementes a Deus; não temos tantas informações sobre eles, mas o próprio Jesus disse: “Pelo fruto conhecereis a árvore” (Mt 7,16). Por isso, podemos os conhecer através das obras de Maria, que assumiu a árdua missão de ser a Mãe do Servo Sofredor.

Peçamos hoje ao Divino Pai eterno que nos ajude a viver como os santos profetas viveram e também como os justos Joaquim e Ana viveram, para que sejamos verdadeiros testemunhos de vosso amor, justiça e dignidade.

Celebrando a conservação da sagrada Tradição através de nossos santos anciãos (avós), peçamos com grande fervor para que Sant’Ana e São Joaquim roguem sempre por nós!

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

CONFIRMAÇÃO: 3ª Parte


O crisma é o óleo que o bispo, sucessor dos apóstolos, consagra na manhã da quinta-feira santa.

A unção com o óleo é o gesto pelo qual Deus comunica seu Espírito e seu poder. É por meio do Espírito que podemos chamar carinhosamente Deus de Pai.

Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos. A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho; e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus. (Gl 4, 4-7)

A palavra Cristo tradução de Messias significa “O UNGIDO”. E o próprio Jesus se proclama o Ungido do Pai, através do Espírito Santo. “O Espírito do Senhor está sobre mim porque ele me ungiu” (Lc 4, 18).

O confirmado ao ser ungido deve assumir o compromisso em promover a justiça e bem comum à todos. Não basta apenas apontar as injustiças, é preciso mostrar a justiça através de sua vida e suas atitudes.

Portanto, a missão do confirmado deve começar na família, para então se estender a toda sociedade.

O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, perdão paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não a lei. (Gl 5, 22-23)

Vimos que na confirmação recebemos o Espírito Santo como Dom de Deus. Damos o nome de DONS DO ESPÍRITO SANTO, as boas ações que fazemos sob a inspiração dele.

São sete os dons do Espírito, que pretendem resumir toda a ação do espírito: Sabedoria, Entendimento, Ciência, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus.

Sabedoria - É o dom de perceber o certo e o errado, o que favorece e o que prejudica o projeto de Deus. Por este dom buscamos não as vantagens deste mundo, mas o Bem Supremo da vida, que nos enche o coração de paz e nos faz felizes. Diz o Senhor: "Feliz o homem que encontrou a sabedoria... Ela é mais valiosa do que as pérolas" (Cf. Pr 3,13-15).

Entendimento - É o dom divino que nos ilumina para aceitar as verdades reveladas por Deus. Mesmo não compreendendo o mistério, entendemos que ali está a nossa salvação, porque procede de Deus, que é infalível. O Senhor disse: "Eu lhes darei um coração capaz de me conhecer e de entender que Eu sou o Senhor" (Jr 24,7).

Ciência - É o dom de saber interpretar e explicar a Palavra de Deus. Por este dom, o Espírito Santo nos revela interiormente o pensamento de Deus sobre nós, pois "os mistérios de Deus ninguém os conhece, a não ser o Espírito Santo" (1 Cor 2,10-15).

Conselho - É o dom de saber discernir caminhos e opções, de saber orientar e escutar, de animar a fé e a esperança da comunidade. Mas o Senhor disse-lhe: "Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor vê o coração" (1 Sm 16,7).

Fortaleza - É o dom de resistir às seduções, de ser coerente com o Evangelho, de enfrentar riscos na luta por justiça, de não temer o martírio. São Paulo confiava no dom da fortaleza. Ele disse: "Se Deus está conosco, quem será contra nós?" (Rm 8,31).

Piedade - É o dom de estar sempre aberto à vontade de Deus, procurando agir como Jesus agiria e identificando no próximo o rosto de Cristo. É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. "O Reino de Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17).

Temor De Deus - Não quer dizer "medo de Deus", mas medo de ofender a Deus. Sendo Ele o nosso melhor amigo, temos o receio de não lhe estarmos retribuindo o amor que lhe é devido. Mais do que temor, é respeito e estima por Deus. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6,4-5).

BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.53-.57

quarta-feira, 13 de julho de 2011

CONFIRMAÇÃO: 2ª Parte


A confirmação é o sacramento do Espírito Santo como DOM. A imposição das mãos não é um gesto mágico. A imposição das mãos é um gesto simbólico que quer comunicar o Espírito Santo ao confirmado.

A igreja usa esse gesto porque ele tem um significado muito bonito ao longo da história do povo de Israel, nas ações de Jesus e na vida da própria Igreja. Não é um gesto que obriga o Espírito a descer, pois ele sopra onde quer.

O vento sopra onde quer, você ouve o barulho, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai. Acontece a mesma coisa com quem nasceu do Espírito. (Jo 3, 8)

Como vimos acima, impor as mãos é um gesto simbólico. Com isso se quer transmitir alguma coisa que se possui. Jacó impõe as mãos sobre seus netos para abençoá-los (Gn 48,14-15). Deus pede que Moisés imponha as mãos sobre Josué, e com esse gesto, Moisés transferiu a Josué o que era (líder do povo) e o que possuía (sabedoria e capacidade de liderar). (Nm 27,18-23)

Josué, filho de Num, estava repleto do espírito de sabedoria, pois Moisés havia imposto as mãos sobre ele. E os israelitas obedeceram a Josué, agindo conforme Javé tinha ordenado a Moisés. (Dt 34, 9)

No antigo testamento, a imposição das mãos além de ser uma benção, poderia também ser sinal de maldição.

Javé disse a Moisés: “tire fora do acampamento o homem que blasfemou. Todos que o ouviram coloquem as mãos sobre a cabeça dele. Depois toda a comunidade o apedrejará. Em seguida, fale aos filhos de Israel: ‘Todo aquele que amaldiçoar o seu Deus carregará o peso do próprio pecado’ [...]”. (Lv 24, 14)

No novo testamento, podemos ver Jesus impondo as mãos para curar e abençoar:

[...] Um chefe se aproximou, ajoelhou-se diante de Jesus, e disse: “Minha filha acaba de morrer; mas vem, põe tua mão sobre ela, e ela viverá”. Jesus levantou-se e o seguiu, junto com seus discípulos. [...] Jesus entrou, e tomou a menina pela mão. Então a menina se levantou. [...] (Mt 9, 18-26)

Marcos, Mateus e Lucas, também relatam que eram levadas crianças a Jesus, para que ele fizesse uma oração e lhes impusesse as mãos ( Mt 19,13 ; Mc 6, 5; 8, 23; 10, 16 ; Lc 4, 40; 13, 13).

Em Atos do Apóstolos, Lucas nos relata que após a morte de Estevão, Pedro e João desceram a Samaria, pois esses haviam acolhido a palavra do Deus. Pedro e João impunham as mãos sobre os samaritanos, e eles recebiam o Espírito Santo.

Mas o Senhor disse a Ananias: “Vá, porque esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu nome”. Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que lhe apareceu quando vinha pelo caminho, me mandou aqui para que você recupere a vista e fique cheio do Espírito Santo.” Imediatamente caiu dos olhos de Saulo alguma coisa parecida com escamas, e ele recuperou a vista [...] (At 9, 15-18)


BORTOLINI, José. Os Sacramentos em Sua Vida. 15. Ed. São Paulo: Paulus, 1981. p.50-.52

quinta-feira, 7 de julho de 2011

ANUNCIAI QUE O REINO DOS CÉUS ESTÁ PRÓXIMO

Mt 10,7-15 (14ª quinta-feira do Tempo Comum)


PASCOA DE CRISTO NA PASCOA DA GENTE, PASCOA DA GENTE NA PASCOA DE CRISTO!

Jesus convida os doze apóstolos para compartilharem com Ele a árdua missão de evangelização, fazendo-lhes várias recomendações.

Ainda ontem víamos o Messias pedindo-lhes que anunciassem a Boa Nova inicialmente aos seus.

Hoje, o grande rei da Messe, recomenda aos seus amigos que anunciem primordialmente que “o reino dos céus está próximo”, mostrando-nos que o mundo inteiro precisa estar ciente de que o Rei da Glória já está presente em nosso meio.

Sendo Ele o último sinal visível do Pai para a humanidade, é preciso que os apóstolos participem intimamente do ministério do Mestre. “Curem os leprosos e outros doentes, ressuscitem os mortes e expulsem os demônios”.

Pois são eles quem darão continuidade à grande missão de Jesus: devolvendo a liberdade e dignidade aos oprimidos, procurando levar o bem a todos, sem se preocupar com qualquer tipo de recompensa neste mundo. Pois o importante é anunciar o projeto divino de Deus, para que ninguém seja surpreendido no dia do “Julgamento Final”.

Todos nós somos convidados a anunciar esta Boa Nova, tendo coragem de deixar nosso próprio EU, sem medo se entregar nas mãos do Pai.

Assim como aqueles doze apóstolos, confiemos nós também na providência divina para que envie bons operários para a messe, operários que sejam capazes de se colocarem inteiramente a serviço da missão.

O Senhor Jesus mesmo disse que o Espírito Sopra onde quer; por isso, peçamos com fervor, que o Espírito de Deus seja venha sobre o mundo inteiro, em especial sobre toda a Igreja, para que Ela possa anunciar o seu Santo Evangelho a todos os povos e nações e em qualquer lugar do Universo.

Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo !

segunda-feira, 7 de março de 2011

O AMOR PAI

O moço levantou-se e foi ao encontro de seu pai. E quando o filho estava voltando, de longe o pai o reconheceu na estrada. O velho pai encheu-se de compaixão. Correu a encontro de seu filho, abraçou-o e o beijou.(Lc 15, 20)

O homem, mesmo sendo pecador, mesmo com todas as suas fraquezas é chamado a receber a benção do Pai e assim ser portador dela, diz Paulo a comunidade de Efésios. (Ef 1, 3-4)

A benção que recebemos do Pai é o próprio CRISTO; Somos portadores desta benção através do anuncio da palavra, do Espírito Santo, do acolher e fazer a vontade de Deus e através de nosso testemunho de vida em Deus.

Somente através do amor é que encontramos o verdadeiro caminho que conduz a vida eterna. Pois o amor não nos pede nada que seja impossível, ele nos pede apenas que retornemos o caminho e fiquemos em pé.

Mas para descobrirmos o caminho é necessário fazer a vontade de Deus; mas como descobrir a vontade de Deus?

Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. (Dt 6, 4-5)

Para descobrirmos o caminha que nos leva ao Pai, precisamos aprender a “escutar”, ouve, ó Israel, nos diz a introdução do primeiro mandamento. Quem não sabe ouvir, não é capaz de compreender o que lhe é proposto, não consegue valorizar o que lhe é pedido muito menos enxergar a profundidade do que lhe é comunicado.

E por não colocarmos em pratica este simples gesto de ouvir, não compreendemos a verdade que Deus nos fala.

Não ouvindo verdadeiramente o Senhor, não somos capazes de experimentar e vivenciar o amor do Pai, afastando-nos, assim, da verdadeira fonte de água viva; e é por desconhecermos este Deus, que acabamos saciando-nos da água de qualquer poço. [...] Eles me abandonaram, a mim, fonte de água viva, para cavar para si cisternas, cisternas furadas, que não podem conter água. (Jr 2, 13)

Em fronte ao poço de Jacó Jesus diz a Samaritana: Todo aquele que beber da água deste poço terá sede novamente. Mas aquele que beber da água que eu lhe der, jamais voltará a ter sede. Porque esta água se transformará em fonte de vida eterna. (Jô 4, 13-14)

É por estarmos cegos da verdade de Deus, perambulamos pelas estradas buscando por salvadores e não pelo salvador, por não estarmos no verdadeiro poço, na verdadeira luz que não somos capazes de distinguir o que há atrás da porta estreita.

A porta e a estrada que conduzem a vida eterna, são estreitas e exigem sacrifícios. Por isso, poucos são os que querem entrar e andar por essa estrada. No entanto, é larga a porta e espaçosa a estrada que conduz à perdição. E são muitos os que entram por essa porta e seguem por essa estrada. (Mt 7, 13-14)

Portanto, se não colocarmos em prática o Dom de ouvir, somos incapazes de aceitar e cumprir os desígnios do Pai, entregando-se facilmente aos vícios do mundo.

Só experimenta a bondade, misericórdia e o poder infinito de Deus, quem é capaz de ouvir a única verdade, Jesus; e hoje o mundo sofre as conseqüências por não escutar as palavras do Salvador, assim como outrora sofrera o rei Nabucodonosor (Dn 4, 28-30b), que tudo perdera por também não reconhecer que até mesmo sobre o reino dos homens é o Altíssimo quem domina.

Ai se soubéssemos que o próprio Deus vive em nós e a luz do Espírito Santo nos leva ao encontro do amor. Somente tu Senhor nos conhece, pois tu mesmo nos criastes.

Então Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou vivente. (Gn 2, 7)

“Tu me julgas, senhor, porque nenhum dos homens conhece o que há no homem a não ser o espírito do homem que nele está. Há, contudo, no homem algo que nem o próprio espírito do homem, que nele está, conhece. Tu, porém, senhor, conheces tudo dele, pois tu o fizestes” (Livro das confissões, de Santo Agostinho, séc. V)(Liturgia das horas, 2ª leitura do ofício das leituras da 8ª semana do T.C., de terça-feira).

Com isso, podemos afirmar que mesmo diante de tantas falhas e pecados, todo aquele que crer e confiar no amor do Pai, põe-se a caminho do brilho da luz, “pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre o justo e sobre os injustos. (Mt 5, 45).

Concluamos esta reflexão reconhecendo que para nós homens é “impossível compreender a dimensão do amor do Pai, pois ele não nos questiona, não nos impõe nenhuma condição, não analisa se merecemos ou não seu amor. Ele apenas nos ama; e ama a cada um de nós pessoalmente”.

Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. (Gn 1, 27)

domingo, 6 de março de 2011

VÓS SOIS O SAL

Mc 9, 41-50 (7ª Quinta-Feira do Tempo Comum)

Mensagem ao coordenador da Pastoral da Família

Que a paz de Cristo e o amor de Maria reinem em suas vidas!

Nesta 7ª quinta-feira do tempo comum, partilho com todos a felicidade de comemorar e juntos celebrar o maior gesto de amor do Pai, que é a vida. Dom e maior presente que recebemos de Deus.

"Cristo diz que tudo é possível para quem tem fé" (Mc 9,23). E pela força da fé, Deus realizou um grande gesto de bondade para com toda a humanidade, dando-nos no dia 21/02 um grande missionário para dar continuidade a sua obra de salvação.

O céu ficou mais triste, porém, a terra mais iluminada e feliz; pois este missionário nos apontaria o caminho para o Pai e mostraria a muitos o poder da oração.

No evangelho de hoje, Jesus nos alerta sobre o respeito ao próximo, sobre tudo a aqueles que estão dando seus primeiros passos na fé. E graças a sensibilidade de nosso coordenador, líder desta pequena, mas, grandiosa pastoral, tempero e sabor para nossa vida, a palavra de nosso salvador se faz chegar de modo simples, facilitando e aumentando assim a fé de nossos pequeninos irmãos, incentivando-os a seguir adiante, apesar de todas as nossas fragilidades.

Sendo sal, esta pastoral da sabor a muitas famílias impossibilitadas de alcançarem milagres, por não estarem voltadas para Deus.

Jesus usa fortes metáforas alertando-nos a não tomar o lugar Deus. "Não julgues para não serdes julgados" diz o senhor.

Nossa missão é ajudar nosso irmão, sobre tudo os mais necessitados a encontrarem o verdadeiro sabor de suas caminhadas. E quão grande esta sendo a contribuição desta pequenina pastoral, nesta grande caminhada rumo ao Pai.

Que esta pastoral continue sabendo dosar a medida certa de sal à cada família visitada, mostrando-as o poder de Deus e não as julgando e lançando-as no inferno, como muitos fazem.

"Tende sal em vós mesmos e viveis em paz uns com os outros." (Mc 9,50)

Querido tio, o coordenador é sempre o sal de uma equipe e o próprio Jesus diz: "Se o sal perder o sabor, como devolver-lhe o sabor?"

Desejo neste dia tão especial, muita paz e saúde para qe o senhor continue sendo o sal de nosso maravilhoso Deus, até chegar o dia em que os céus se alegraram novamente com seu retorno a casa do Pai.

"Quem vos de um copo D'água para beber porque sois de Cristo, não ficará sem receber a recompensa" (Mc 9,41). O senhor nos dá mais que um copo d'água, nos dá a verdadeira palavra de Deus, que é o sal para nossa vida.

Que Deus o abençoe e o acompanhe, para que sua vida seja sempre uma canção de alegria, amor e doação. Conte sempre com a proteção amiga e paterna de Deus em sua missão e em sua caminhada rumo ao reino celeste.

Que minhas singelas orações cheguem a vosso coração e aumente a chama do fogo de sua missão evangelizadora.

E que elas também se juntem as orações de cada um, para que nossas vidas e esta casa que hoje abre as portas para os missionários de Cristo sejam repletas do Espírito Santo.

Que Nossa Senhora da Penha e Sant'Ana intercedam sempre por nós.

Louvado seja sempre o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Um forte abraço Frateno!