Sagrada Família

Sagrada Família

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

EIS O PÃO DA VIDA ETERNA, O PÃO QUE VERDADEIRAMENTE SACIA TODA A NOSSA FOME

Ex 16,2-4.12-15 ; Sl 77 ; Ef 4,17.20-24 ; Jo 6,24-35 (18º Domingo do Tempo Comum – 05/08/2012 – Ano B)

 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna. ... Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome (Jo 6,27.35)!
 
 
O que devemos fazer Senhor para realizar as obras de Deus Pai?
 
Talvez esta pergunta feita a Jesus há dois mil anos esteja presente ainda hoje em nossos corações e continue sendo a mesma pergunta que não cessamos de fazer ao Filho da Virgem Maria.
 
Assim como naquele tempo, podemos ver que hoje o povo está sim buscando Deus a cada de suas vida, o versículo vinte e quatro do Evangelho nos dirá que a multidão foi ao encontro de Jesus e enfrentaram numerosos desafios e grandes esforços para se encontrarem com o Senhor.
 
Também hoje o povo se esforça para se encontrar com o Senhor ressuscitado; podemos, sim, ver uma grande multidão, mesmo que desorientada por falsos pastores[1], buscando esse pão que sacia toda fome.
 
Creio que a grande pergunta que devemos fazer seja: o que essas pessoas buscam de fato? E o que elas veem em Jesus?
 
Não vejo problema algum buscar em Cristo à cura de enfermidades, a estabilidade financeira e uma vida digna e sem sofrimentos, não vejo problema nenhum buscarmos coisas materiais por intercessão de Jesus, o grande problema é quando não enxergamos, Nele, nada além disso, nada além da vida material, pois como Ele mesmo disse: buscai primeiro as coisas do alto[2].
 
E quando isso acontece, de enxergar em Cristo apenas o pão que sacia a fome corporal, vemos as pessoas procurarem aquelas igrejas que “oferecem” maiores benefícios e que não exigem de nós muitos sacrifícios.
 
Podemos ver na primeira leitura os Israelitas se desgastarem com a dura caminhada no deserto justamente por não compreenderem a proposta libertadora de Deus.
E quando não entendemos aquilo que Senhor realmente quer e nos pede, murmuramos e colocamos em dúvida os planos Deus, impossibilitando, assim, enxergarmos novos horizontes proporcionados por nosso Pai que está céus. Os Israelitas caminhavam para uma terra prometida, que como diz a própria escritura, era uma terra onde corria leite e mel[3], mas a dureza de seus corações os fecharam para essa esperançosa promessa de Deus, colocando em duvida a palavra e a presença do Senhor ao nosso lado.

Queridos irmãos, fechar-se para o Senhor é a maior desgraça que pode ocorrer na vida do homem, portanto, ao invés de reclamarmos da vida e daquilo que nos acontece no dia-a-dia, vamos tentar ter olhos de águia, olhar a frente, olhar o amanhã, olhar o futuro, vamos tentar compreender o que o Senhor quer nos mostrar e nos ensinar com aquela situação em que estamos passando, vamos tentar olhar com os olhos de Deus, com o olhar de Pai, de mãe que quer seus filhos felizes e unidos no amor e na fraternidade. Toda a ação de Jesus sempre visou a nossa salvação e não o nosso aniquilamento, nossa destruição.

Tenhamos a certeza de que assim como Deus providenciou o alimento para o povo continuar a sua caminhada no deserto rumo à libertação, Ele não nos abandonará jamais e, hoje, nós com o verdadeiro pão descido do céu (Eucaristia), Deus continua a nos alimentar e a nos dar forças em nossa difícil caminhada nesta terra de santa cruz.

O maná que por muito tempo saciou o povo de Deus não é embora tenha a sua importância, o verdadeiro pão que nos salva; ele não é o pão da vida eterna, mas, sim, um alimento passageiro, um alimento para um único dia.

Ir ao encontro de Jesus e manter-se em comunhão com Ele, é encontrar em Deus a vida e a paz que precisamos, é encontrar nosso verdadeiro repouso e nossa verdadeira alegria.

Tomemos cuidado, meus amigos, pois Jesus hoje quer nos alerta que a incredulidade e o apego a tradições que não nos dá abertura para a novidade da boa nova, nos fecha a esse encontro amoroso com o Senhor, impossibilitando o acolhimento do amor e da nossa transformação interior para as obras do Pai.

O crer em Jesus é transformar-se em homem novo, é renovar-se continuamente na verdadeira justiça e santidade, como nos recorda São Paulo na segunda leitura.

Crer naquele que o Pai enviou é ter como única e autêntica referencia o Senhor Ressuscitado, renovando em nossa alma os sentimentos do amor e da caridade para que nos unamos ainda mais as obras de Deus em favor do próximo.

A proposta de Jesus, hoje, a cada um de nós é que busquemos permanentemente o alimento imperecível, aquele alimento que definitivamente não se acaba; e Ele nos mostra que partilhando o que temos, damos testemunho do maior sinal que Cristo nos ensinou: o amor[4]. Pois o verdadeiro amor, não está nas palavras, mas nos gestos e na verdade![5], como nos dirá são João em sua primeira carta.

E quando aprendemos a amar de verdade assumimos para nós o projeto de Deus, de fazer deste mundo um mundo melhor, um mundo sem pobres e sem marginalizados, ou seja, um mundo sem dor, sem tristezas e sem desigualdade.
 
E digo com toda a certeza que o maior privilégio daquele que ama é ajudar a pessoa amada; basta olharmos para a cruz e veremos o que realmente é amar, e se realmente amamos a Deus, ajudemo-o, assim, como Jesus, a fazer deste mundo, um mundo de amor, um mundo de paz e um mundo muito mais humano.

 E já que o Senhor nos deu a comer o pão descido do céu, proclamemos para todas as gerações, como nos pede o salmista, as maravilhas que o Senhor realizou e continua a realizar em nosso favor rumo à terra prometida, rumo a Jerusalém celeste.

Meus queridos amigos, peçamos juntos com muito amor em um só coro, o que os Israelitas outrora pediram a Jesus: SENHOR, DÁ-NOS SEMPRE DESSE PÃO![6]
Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

Por Hilton José Araujo

[1] Mt 7,15
[2] Mt 5,33
[3] Ex 3,8
[4] Jo 13,34
[5] 1Jo 3,18
[6] Jo 6,34

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário